SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os vereadores de São Paulo formaram maioria para aprovar projeto de lei do Ricardo Nunes (MDB) que determina reajuste de 2,60% do salário dos servidores municipais para 2025. O texto determina também novo aumento de 2,55% a partir de maio de 2026, o que forma aumento acumulado de 5,2% parcelado em duas vezes. A inflação em 2024 foi de 4,83%.

Para entrar em vigor, o projeto de lei deve passar por uma nova votação em plenário, ainda sem data definida.

Servidores se reuniram em frente à Câmara Municipal em protesto à proposta de reajuste, enquanto os vereadores debatiam o projeto de lei em sessão plenária, nesta quarta-feira (23). Sindicatos das categorias pedem aumento de 12,9%.

Os mesmos percentuais do projeto de lei se estendem ao reajuste do auxílio-refeição e do vale-alimentação, assim como aos vencimentos dos servidores comissionados, aposentados e pensionistas. Em março do ano passado, foi aprovado projeto de lei que determinou aumento de 2,16%, também abaixo dos 3,13% de inflação no período entre maio de 2023 e fevereiro de 2024.

Segundo a gestão Nunes, professores tiveram aumento de até 45% em 2024, quando o salário inicial de docentes em regime de 40 horas passou de R$ 3.832,37, em 2021, para R$ 5.533,09.

No mesmo ano, de acordo com a prefeitura, os funcionários municipais tiveram reajuste de 42% e 86% do auxílio-refeição e vale-alimentação, respectivamente. Os benefícios passaram de R$ 360,27 em 2021 para até R$ 673,06 em 2024; e de R$ 19,23 por dia em 2021 para R$ 28,04.

Professores e servidores da prefeitura paralisaram as atividades na última quarta-feira (16), em protesto contra a proposta de reajuste salarial apresentada por Nunes à Câmara Municipal. Sindicatos dos professores decidiram manter a greve em assembleia nesta terça-feira (22) por tempo indeterminado.

Essa foi a segunda greve do funcionalismo municipal do ano. Nunes chegou a dizer que puniria os servidores que parassem, sobretudo os professores. “A gente não vai permitir que essas pessoas utilizem de ações políticas partidárias para conturbar o processo pedagógico. Estamos monitorando para fazer a punição daqueles que utilizarem desse tipo de recurso contra a educação, contra as crianças”, disse.

Durante a sessão plenária desta quarta, durante a discussão do projeto, houve bate-boca entre vereadores da oposição e da base aliada do prefeito.

A vereadora Luana Alves (PSOL) acusou o parlamentar Rubinho Nunes (União Brasil), favorável ao projeto de reajuste do Executivo, de votar a favor do aumento de 37% do salário dos vereadores em novembro do ano passado. Na ocasião, os vencimentos dos parlamentares aumentaram de R$ 18.991 para R$ 26.080, em valores brutos. Até então, o último reajuste aprovado em plenário aos vereadores aconteceu em dezembro de 2016.

Houve embate também entre os vereadores Zoe Martínez (PL) e Celso Gianazzi (PSOL). A parlamentar foi acusada pelo opositor de ofender os servidores municipais que acompanhavam a votação na tribuna ao chamá-los de “vagabundos”.

Ao fim da discussão, houve princípio de confusão quando Keith Lima (PSOL) se aproximou de Amanda Vettorazzo (União Brasil) no plenário após a parlamentar da base de apoio do prefeito criticar a greve dos professores.