SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O suspeito de ter atropelado duas vezes e matado o policial militar da reserva Abel Silva da Siqueira, 58, no estacionamento do shopping Itaquera, na zona leste de São Paulo, se entregou à polícia na noite desta terça-feira (22).

Allan Felipe Bonifácio de Jesus, 29, compareceu ao 24º DP (Ponte Rasa) acompanhado de sua advogada e foi preso após prestar depoimento. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, ele passou por audiência de custódia na tarde desta quarta-feira (23) e permanecerá preso.

O crime aconteceu no Shopping Metrô Itaquera, no dia 15. A polícia suspeita que Allan tenha atropelado o PM aposentado por vingança. Ele é irmão de Luan Henrique Bonifácio, 30, morto a tiros por Siqueira em março de 2024 após uma discussão no trânsito.

Um mandado de prisão temporária foi emitido contra Allan e seu pai, o dono do veículo utilizado para atropelar o policial, um dia após o crime. O pai segue foragido.

A advogada Florence Rosa, que defende a família Bonifácio, disse à Folha de S.Paulo que Allan teve um surto ao ver o PM entrando o shopping. Ela nega que o atropelamento tenha sido premeditado e afirma que o jovem estava sozinho no veículo.

Imagens do circuito de segurança do shopping registraram o crime. O carro atropelou o PM, deu meia volta e o atingiu novamente. No momento da fuga, o automóvel quebrou a cancela de saída do shopping.

O para-choque ficou caído no local e, a partir da placa do carro, foi possível localizar o proprietário do veículo, segundo a polícia.

A perícia encontrou as digitais de Allan no Hyundai Veloster, o que pode indicar que ele conduzia o carro quando Siqueira foi atropelado. No entanto, a Polícia Civil investiga se ele estava sozinho no momento do crime.

O delegado titular do 24º DP, Valdecir Aparecido do Nascimento, disse que a polícia já sabe que houve premeditação, pois Allan entrou com o carro no estacionamento do shopping logo após o veículo do PM. Na casa do suspeito, a polícia encontrou malas prontas, computador, uma arma com numeração raspada e um celular que tinha fotos do PM e imagens do documento funcional dele.

Em nota, o shopping onde ocorreu o crime afirmou que “reitera seu compromisso com a segurança, permanece à disposição das autoridades para colaborar com o esclarecimento dos fatos e funciona normalmente”.