SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Assim como na vida de Ney Matogrosso, nada foi proibido na cinebiografia “Homem com H” nem sexo, nem drogas, nem as brigas com seu pai, com seus colegas de banda ou o fracasso que experimentou após sair do Secos e Molhados e encontrar o caminho de sua carreira solo.
“Minha única exigência era que tudo que estivesse na tela fosse verdade. É um filme de ficção, não é um documentário, mas não queria situações inventadas nem pessoas que não existissem na vida real”, diz Matogrosso à Folha, interpretado no filme por Jesuíta Barbosa.
Uma das cenas mais reveladoras do tipo de liberdade pessoal e sexual que o artista vivenciou é uma longa sequência sem cortes de uma transa entre o cantor, sua namorada da época e várias pessoas aleatórias, entre homens e mulheres, que entram e saem de quadro fazendo tudo o público pode imaginar.
“Naquela época era assim, não tinha homem, mulher, tinham corpos, tinha desejo, tinha atração”, afirma o cantor.
“Essa é principal cena de sexo no filme, e eu já tinha feito muita cena de sexo no cinema, não foi uma coisa nova para mim, e acho que ela tem uma evolução muito bonita, foi muito bem dirigida. Aquela ideia é muito boa, né?”, diz Barbosa.
A ideia a que ele se refere não é da suruba em si, mas das pessoas que surgem e saem do enquadramento, enquanto o casal permanece sempre em cena, cada um explorando suas vontades.
“Sabe a coisa mais excitante para mim nessa cena? Quando alguém mete o dedo na boca e enfia na boca dele”, diz Matogrosso, que acompanhou alguns dias de filmagem. “Tudo o que ele me contava a gente colocava ali no filme”, afirma Jesuíta.
“A liberdade é maravilhosa, e vale a pena lutar por ela”, diz o cantor. “Não tem nem nunca terá governo, nem religião, que possa comandar a vida da gente.”
O filme tem uma pré-estreia nesta quarta, às 20h, no shopping JK Iguatemi, e sessões abertas ao público a partir do dia 30 de abril, um dia antes de entrar oficialmente em cartaz.