MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – O Tribunal de Justiça de São Paulo tornou réus cinco suspeitos de envolvimento na morte da turista Thalita Danielle Hoshino de Souza, 37, atropelada na faixa de areia da praia de Santa Cruz, em Itanhaém, no litoral paulista, no dia 23 de março.
Rudney Gomes Rodrigues, Fabiano Helarico Ribeiro, Salvador Marcelo Gozza, Karina Santos Ribeiro e Eder Manoel Bimbati da Silva responderão por homicídio triplamente qualificado.
Rudney, Fabiano e Karina estão presos, enquanto Eder e Salvador estão foragidos. Todos eles tiveram prisão decretada.
A reportagem entrou em contato com a defesa dos envolvidos, mas não obteve retorno até esta publicação.
Conforme a denúncia, Rudney era quem conduzia a charrete que atropelou Thalita. Em depoimento no fim de março, ele negou que estivesse em qualquer tipo de racha ou corrida e que, na verdade, testava uma égua que havia acabado de adquirir.
Fabiano foi preso no dia 11 de abril, apontado como o segundo participante do racha.
Karina foi presa após se apresentar na delegacia de Praia Grande no último dia 16. A mulher é esposa de Rudney e estaria dirigindo um veículo na faixa de areia no momento do acidente. À época, a defesa afirmou que esposa prestou socorro à vítima.
O CASO
À Folha de S.Paulo Gabriela Neves, amiga de Thalita que a acompanhava no passeio de bicicleta pouco antes do acidente, disse que viu os carros e as charretes com cavalos se aproximando e alertou a vítima.
“Passaram os dois carros, depois uma charrete com o cavalo, que era bem grande até, e aí a segunda, que foi quando eu ouvi o barulho. A Thalita caiu no chão e fizemos o socorro. Eu acredito que era uma corrida porque eles estavam em uma velocidade muito alta, até mesmo os cavalos. Os moradores disseram que é comum ter esse tipo de corrida ali, mas que é proibido”, contou.
“Ela desviou em direção ao mar e aí apareceu a charrete em alta velocidade, apostando racha com outra charrete. Elas só viram o carro porque tudo aconteceu muito rápido. Minha irmã foi passar o fim de semana com o marido e amigos e acontece isso. Uma praia com um monte de gente, crianças, cachorros, e o pessoal apostando corrida de charrete, que resultou nesse acidente”, disse.
Moradores afirmam que já testemunharam corridas de charrete em praias de Itanhaém. Eles contam que a prática ilegal é frequente e causa temor na região.
No começo deste mês, prefeituras do litoral de São Paulo afirmaram que vão instalar câmeras e fazer rondas para coibir as corridas. Em Itanhaém, também foi feito um bloqueio com pedras.
Conforme a polícia, rachas de charretes nas praias da Baixada Santista movimentam apostas e incluem público e participantes das corridas. As investigações apontam que as disputas envolviam dinheiro.