Em um movimento que surpreendeu parte do meio político, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) decidiu não aceitar o convite para assumir o Ministério das Comunicações, feito após conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e anunciado publicamente no último dia 10 pela ministra Gleisi Hoffmann.
A escolha de recusar a pasta — vaga após a saída de Juscelino Filho — foi oficializada por Pedro Lucas em uma nota publicada nas redes sociais. Nela, o parlamentar sinaliza que prefere permanecer à frente da liderança da bancada do União Brasil na Câmara, posição que, segundo ele, oferece maior margem de contribuição para o país.
“Sou líder de um partido plural, com uma bancada diversa e compromissada com o Brasil. Tenho plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados”, declarou.
Pedro Lucas justificou a decisão dizendo que a liderança parlamentar permite maior capacidade de articulação política, fundamental para a aprovação de pautas estratégicas do Executivo. O deputado também agradeceu ao presidente Lula pela confiança e demonstrou disposição para manter o diálogo institucional com o governo.
A recusa reacende debates dentro do União Brasil sobre os rumos da legenda em relação ao Palácio do Planalto. Apesar de integrar formalmente a base, o partido é internamente dividido, com setores mais alinhados ao campo conservador e outros que mantêm pontes com o governo.
A escolha de Pedro Lucas revela, ao mesmo tempo, cautela política e um desejo de manter influência estratégica no Legislativo — terreno onde hoje se travam as principais batalhas políticas do país.