Uma investigação da Polícia Federal expôs, nesta quarta-feira (23), um amplo esquema de descontos indevidos aplicados diretamente nas aposentadorias e pensões de segurados do INSS. Como desdobramento da Operação Sem Desconto, o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social, Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo.
A operação mobilizou agentes em 13 estados e no Distrito Federal, com o cumprimento de 211 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão. As apurações revelam que entidades conveniadas ao INSS cobravam valores de beneficiários sob o pretexto de ofertar serviços como planos de saúde, seguros e auxílio-funeral — sem o consentimento dos segurados.
O esquema teria se iniciado ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), quando diversos convênios com entidades de representação foram autorizados. A prática continuou nos primeiros meses da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Recentemente, o diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, também foi exonerado em meio às suspeitas.
Muitos aposentados e pensionistas só perceberam as irregularidades após identificarem os débitos nos extratos de pagamento. Em resposta, recorreram à Justiça para tentar reverter os prejuízos.
As investigações atingem servidores públicos, operadores do esquema e representantes das entidades envolvidas, suspeitos de participação direta nas fraudes.