Da Redação

A Câmara Municipal de Goiânia deu o primeiro passo para garantir a vacinação gratuita contra a herpes-zóster na rede pública da capital. A iniciativa, proposta pela vereadora Kátia (PT), foi aprovada em primeira votação e tem como foco proteger os grupos mais vulneráveis à doença, especialmente os idosos e pessoas com baixa imunidade.

O projeto foi bem recebido por outros parlamentares. O vice-presidente da Câmara, Anselmo Pereira (MDB), ressaltou a urgência da medida ao compartilhar sua experiência como farmacêutico. “Todos os dias atendo dezenas de pessoas em busca de antibióticos para aliviar os sintomas do herpes-zóster. É uma demanda constante”, pontuou.

A vereadora Rose Cruvinel (UB) também apoiou a proposta, mesmo reconhecendo as limitações legais da Casa em propor ações que impactem diretamente o orçamento do Executivo. “A aprovação representa uma provocação importante à Prefeitura. Sabemos que a responsabilidade da execução é deles, mas é nosso papel levantar esse debate”, afirmou.

Kátia defendeu que, apesar do impedimento legal de criar despesas diretas, a proposta se justifica por gerar economia a longo prazo. “Trata-se de uma ação preventiva. Evitamos gastos maiores com medicamentos, internações e consultas. Além disso, o herpes-zóster é uma doença dolorosa, que compromete o sistema nervoso e requer tratamento imediato. A vacina precisa ser tomada antes da infecção”, explicou.

Entenda a Doença

A herpes-zóster, também conhecida como cobreiro, é causada pelo mesmo vírus da catapora (varicela-zóster), que pode permanecer dormente no organismo e ser reativado anos depois. A infecção provoca lesões na pele e dores intensas, podendo afetar nervos e causar complicações graves.

Pessoas acima dos 50 anos, como também aquelas com baixa imunidade ou em situações de estresse elevado, estão entre os principais grupos de risco. Segundo especialistas, qualquer um que já teve catapora está suscetível ao vírus.

Levantamentos indicam que os casos de herpes-zóster aumentaram 35% após a pandemia de Covid-19. De 2019 a 2023, o Brasil registrou uma média de 70 mil novos casos por ano, evidenciando a urgência da imunização preventiva.

Agora, o projeto segue para nova votação antes de ser encaminhado ao Executivo. A expectativa é que a Prefeitura de Goiânia reconheça a importância da medida e viabilize sua implementação na rede pública de saúde.