Da Redação
Jorge Mario Bergoglio, o argentino que o mundo conheceu como papa Francisco, faleceu no domingo, 20, aos 88 anos. Líder da Igreja Católica por 14 anos, Francisco ficou marcado por sua postura humilde e crítica ao sistema econômico global — e também por seu voto de pobreza como jesuíta. A dúvida que agora paira é: ele deixou alguma herança?
Como integrante da Companhia de Jesus, Francisco assumiu ainda jovem um compromisso com a vida austera. Jesuítas renunciam à posse de bens materiais, e Francisco levou esse princípio ao extremo, mesmo após ser eleito papa. Recusou o luxo do Palácio Apostólico e preferiu viver na Casa Santa Marta, em um ambiente modesto, onde fazia as refeições ao lado de funcionários e mantinha hábitos simples.
Ainda assim, por mais rigorosa que tenha sido sua vida, não se pode descartar a possibilidade de que o pontífice tenha deixado algum tipo de patrimônio pessoal — especialmente oriundo de direitos autorais de livros escritos antes de sua eleição papal, em 2013. Seus escritos passaram a vender mundialmente após sua ascensão ao papado, tornando-se best-sellers.
Segundo reportagem da revista Veja, papas podem, sim, ter contas bancárias pessoais, bens familiares ou lucros obtidos antes de assumirem o cargo. Já qualquer receita gerada após o início do pontificado é, tradicionalmente, revertida ao Vaticano.
Caso tenha deixado testamento, é possível que os herdeiros sejam sua única irmã viva, María Elena Bergoglio, e seus sobrinhos. No entanto, também é plausível que instituições religiosas ou sociais ligadas à Igreja Católica, ou até mesmo a própria Companhia de Jesus, sejam os destinatários finais de qualquer valor remanescente.
A história de Francisco é, sobretudo, a de alguém que optou por um caminho de simplicidade, mesmo ocupando o cargo mais alto da Igreja. Se algo restou como herança material, certamente será pequeno diante do legado espiritual e ético que ele deixa ao mundo.