SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O estudante do curso de Desenho e Plástica da UFBA (Universidade Federal da Bahia) Thauan Lima Santos, de 24 anos foi morto a tiros no bairro em que morava, em Salvador.
Thauan Lima Santos, de 24 anos, foi mais uma vítima de disparos de arma de fogo. Dados da SSP-BA (Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia) mostram que, entre janeiro e março de 2025, foram registrados 1.018 casos de homicídios na Bahia. A 2ª DH (Delegacia de Homicídios) investiga a morte do estudante universitário que estava em praça pública, na frente da sua casa, quando foi abordado.
Ele estava conversando com amigos que jogavam futebol na vizinhança quando foi morto. Familiares do estudante acreditam que ele tenha sido confundido com alguém quando foi executado por criminosos.
Segundo testemunhas, cinco criminosos chegaram atirando e “metralharam” bar onde acontecia um “baba do vinho”. A festividade é tradicional nos bairros periféricos de Salvador e reúne apaixonados por futebol durante o feriado da sexta-feira da paixão.
O jovem estava no segundo ano do curso de Desenho e Plástica. “Ele era muito esforçado, fazia UFBA e sonhava em ser professor”, disse Fagner Oliveira, amigo do estudante.
Thauhan era barbeiro e amava desenhar, ele queria ser professor de artes. “Tudo o que ele mais temia aconteceu: morrer por ser preto e ter traços que são associados a criminalidade, ele estava no lugar errado e na hora errada”, disse a amiga e vizinha de Tahuan, Fabiane, em entrevista À TV Bahia.
Moradores protestam e ônibus pararam de circular no bairro. O final de linha do Jardim Santo Inácio foi fechado. A prefeitura desviou os trajetos para a Estação Pirajá, em um bairro adjacente na capital baiana.
“Ele dizia que ele ia vencer sim, sendo preto, do cabelo ‘duro’, com ‘VO’ no cabelo, ‘kenner’ no pé e ‘roupa folgada’. A maior arma que ele tinha era arte dele. Perdemos alguém que ia fazer diferente para toda a nossa comunidade preta, não é uma estatística, ele incentivava todo mundo aqui”, disse Fabiane, amiga do jovem, em entrevista à TV Bahia.
“A criminalidade removeu alguém que ajudava muito e estava muito feliz. A cada dia era uma nova conquista, ele era uma inspiração. Estamos cada vez mais apreensivos por conta da violência”, afirmou Fagner Oliveira, amigo do estudante, em entrevista à emissora local.