SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Governo de São Paulo distribuirá R$ 544 milhões de bônus a cerca de 159,4 mil professores e gestores escolares pelo cumprimento metas de melhora do desempenho dos alunos no Saresp, o sistema de avaliação da rede paulista. A data do pagamento, 25 de abril, é a mesma escolhida pela Apeoesp, o principal sindicato dos professores do estado, para o início de uma greve da categoria.
A paralisação tem como demandas o aumento do piso salarial, a contratação de mais profissionais efetivos e um plano para a climatização das escolas.
Ele ressaltou que houve aumento do valor de bônus e do número de contemplados neste ano. O montante subiu cerca de 160%, de R$ 208 milhões no ano passado para R$ 544 milhões neste ano. Os beneficiados quadruplicaram, passando de 39,2 mil em 2024 para 159,4 mil em 2025.
O aumento ocorre no primeiro ano em que o bônus tem novas regras. Até o ano passado, era considerado o desempenho da escola (no Saresp) como um todo, com uma divisão igual para os professores. Agora, cada um tem uma meta específica, que depende do desempenho de suas turmas na sua disciplina.
Já gestores, demais funcionários e professores de disciplinas não avaliadas pelo Saresp, como educação física e projeto de vida, recebem de acordo com o desempenho geral dos alunos da escola. O cálculo da meta também considera a frequência dos estudantes, a participação no Saresp e no Provão Paulista (novo vestibular das escolas estaduais, aplicado nas três séries do ensino médio), a vulnerabilidade socioeconômica e a quantidade de matriculados na unidade.
De acordo com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, das cerca de 5.000 escolas, 1.523 atingiram os chamados “bônus diamante” (100% da meta; recebem dois salários) e “ouro” (50% da meta; um salário). Em 2024, foram 767.
O Saresp de 2024 mostrou uma melhora de desempenho dos estudantes da rede paulista de ensino, especialmente no 2º ano do fundamental, mas evidenciou que o estado patina nos anos finais, tanto no 9º quanto no 3º do ensino médio.
Feder também disse que o governo pagará R$ 50 milhões a grêmios estudantis de 1.500 escolas que tiveram os melhores desempenhos nas metas de aprendizagem. Cada agremiação deverá, portanto, receber cerca de R$ 33 mil, pagos em 9 de maio, por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE; que prevê repasses para que as escolas possam gerir gastos, por exemplo, com infraestrutura ou projetos pedagógicos).
Segundo o secretário, embora os grêmios já pudessem receber dinheiro via PDDE, a decisão cabia à escola, e agora a Seduc determinará o repasse às agremiações. A intenção é engajar os estudantes em campanhas pelo aumento da participação no Saresp e no Provão Paulista, bem como em programas de melhoria da convivência escolar e da aprendizagem.
‘QUASE TODAS’
Sobre as demandas do sindicato, Feder afirmou que o governo está em negociação e que deverá “atender a quase todas”. Disse que o número de escolas com ar-condicionado era inferior a 50 no início do governo Tarcísio e agora são 880. Outras 150 já estão com aparelhos para a instalação e mais 1.000 devem ser climatizadas.
Também afirmou que realizou um concurso para a contratação de 15 mil profissionais efetivos e que 12.800 já estão em sala de aula. O restante está em processo de perícia médica para a contratação.
A demanda que não deverá ser atendida é a do aumento do piso. A Apeoesp denuncia que, para cumprir o Piso Nacional Salarial dos Professores (R$ 4.867,77, para jornada de 40 horas, em 2025), o Governo de São Paulo paga abonos, não incorporados para o cálculo de férias e aposentadoria.
Feder diz que “o abono é considerado nesses cálculos” e que parte dos professores, os que aderiram ao programa Nova Carreira, já recebe acima do piso. Segundo ele, a média salarial de quem trabalha em escola de tempo parcial é de R$ 6.750 e, em tempo integral, de R$ 9.500.