Uma concessionária de carros de luxo está sendo investigada por calotes que somam mais de R$ 3 milhões, com denúncias envolvendo compras, vendas e consignação de veículos de alto valor. Pelo menos 10 clientes que fecharam negócios com a loja relatam prejuízos significativos, incluindo cheques sem fundo, contratos não cumpridos e até a transferência irregular de automóveis sem pagamento completo aos proprietários. A Polícia Civil investiga o caso, que envolve possíveis crimes de estelionato, falsidade ideológica e associação criminosa.

O nome de Vinicius Luiz Assis de Freitas, ex-sócio da empresa, está no centro das acusações. Vítimas e ex-parceiros de negócios alegam que ele teria comandado sozinho as operações suspeitas. Os atuais proprietários da loja, Edmar de Camargo Gomes e Alexandre Arantes Bisinotto, negam qualquer envolvimento com os casos e afirmam que Vinicius foi afastado formalmente da empresa em fevereiro deste ano após a descoberta de irregularidades. Em nota, Vinicius declarou que só se manifestará nos processos judiciais e inquéritos policiais.

Dentre os relatos de clientes prejudicados, um empresário de Rio Verde afirmou ter entregue uma caminhonete RAM Classic Laramie à loja, com o acordo de venda por R$ 250 mil. Contudo, apenas R$ 25 mil foram pagos, e o veículo foi transferido para o nome de Edmar, um dos sócios, e depois vendido para terceiros. Outro caso envolve uma empresária que recebeu cheques sem fundo como parte do pagamento por um veículo. Ela conseguiu vencer na Justiça, mas ainda aguarda o cumprimento da sentença.

Além destes, há outros sete clientes que também se consideram vítimas do esquema, com valores que variam entre R$ 45 mil e R$ 1,3 milhão. O prejuízo total, segundo os relatos, já ultrapassa R$ 3 milhões, e o número pode aumentar à medida que mais pessoas se manifestem.

Os proprietários da loja, Edmar e Alexandre, se defendem dizendo que também foram vítimas e que Vinicius operava de forma independente. Eles destacam que a loja segue funcionando normalmente e que todas as transações são realizadas de maneira legítima. Segundo Alexandre, Vinicius comprava e vendia veículos por conta própria, sem passar pelos sistemas da empresa. Quando descobriram as irregularidades, os sócios afirmam ter tentado resolver a situação diretamente com ele, mas sem sucesso.

Vinicius, segundo os sócios, falsificou assinaturas e usou a estrutura da loja para aplicar golpes, inclusive tentando vender carros com documentos falsificados. Eles também mencionam que denunciaram o ex-sócio à polícia antes das repercussões midiáticas. Os sócios afirmam que já tomaram as medidas legais para reverter os danos e estão cooperando com as investigações.