SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) apresentou à prefeitura um projeto de revitalização e ampliação do Largo São Francisco, na região central da capital paulista. A ideia é criar uma conexão entre o prédio da faculdade e o do Palácio do Comércio, que fica na esquina vizinha.
Esse edifício, que antes pertencia à Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), foi transferido para a USP no ano passado e será utilizado para novas instalações do curso de direito.
Para ampliar o largo, de forma a interligar esses dois prédios históricos e tombados, será preciso fechar uma das ruas, a Cristóvão Colombo, desviar o trânsito de carros e alterar rotas de algumas linhas de ônibus.
Uma versão inicial do projeto, com ilustrações às quais a Folha teve acesso, foi apresentada pela diretoria da faculdade ao prefeito Ricardo Nunes em uma reunião na prefeitura na sexta-feira (11). “Mostramos um esboço, uma ideia ainda embrionária, mas que dá um pontapé inicial de uma conversa que deverá ser aprofundada”, afirmou o diretor da faculdade, Celso Fernandes Campilongo.
O novo largo faria parte das comemorações do bicentenário da faculdade, em 2027 os cursos jurídicos de São Paulo, bem como os de Olinda (PE), foram criados por um decreto assinado por D. Pedro 1º em 11 de agosto de 1827.
Na reunião com o prefeito e com parte de seu secretariado, Campilongo, a vice-diretora da faculdade, Ana Elisa Bechara, o professor Ignácio Poveda e o vice-diretor da Associação dos Antigos Alunos, Rui Caminha, defenderam que o projeto do Largo São Francisco poderia estar inserido no conjunto de estratégias para a revitalização do centro. A mudança, segundo eles, facilitaria, por exemplo, a realização de uma feira de livros jurídicos aos finais de semana no local, além de ampliar o interesse turístico pela região, ao criar um ambiente que conecta dois edifícios históricos.
O prédio da Faculdade de Direito da USP, construído na década de 1930, é um projeto de Ricardo Severo, do escritório do renomado arquiteto Ramos de Azevedo antes disso, o curso utilizava as instalações do convento de São Francisco de Assis, uma construção do século 17.
Já o Palácio do Comércio é de 1908, projetado por Carlos Ekman, que também foi membro do escritório Ramos de Azevedo. O edifício abrigou a Escola Prática de Comércio, que depois iria se chamar Fecap.
Um acordo que envolveu a Fecap, a USP e o Governo de São Paulo selou, no ano passado, a transferência do prédio para a Faculdade de Direito. A intenção é utilizar o Palácio do Comércio para abrigar salas de aula da graduação e da pós-graduação, além de criar um espaço para estudantes que moram longe e utilizam a faculdade no contraturno, para estudar ou mesmo para fazer estágio e trabalhar online.
Na reunião sobre o projeto de ampliação do largo, a prefeitura manifestou preocupação com o fechamento da rua, especialmente em razão do fluxo de ônibus articulados vindos do Viaduto do Chá e das ruas Líbero Badaró e São Francisco. Os técnicos presentes afirmaram que vão estudar eventuais alternativas de tráfego para o local.
A direção da faculdade mencionou também a intenção de transformar o Edifício Baronesa de Limeira, que abriga uma parte de sua área administrativa, em um museu de cultura jurídica. O imóvel, localizado atrás do prédio da São Francisco, fica em frente ao Ministério Público e próximo à sede da OAB e do Tribunal de Justiça.