Walison Veríssimo
A direção do Partido Liberal (PL) em Goiás optou por não apresentar recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a decisão do TRE-GO que retirou a inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), do prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), e da vice-prefeita Cláudia Lira (Avante). A medida encerra o processo movido pela legenda por suposto abuso de poder político nas eleições de 2024.
De acordo com o ex-deputado estadual Fred Rodrigues, que disputou a prefeitura da capital e foi o autor da ação, a decisão foi tomada após reunião com Caiado. O encontro ocorreu na noite de segunda-feira (14). “O partido entendeu que era hora de virar a página e concentrar esforços em pautas mais urgentes”, afirmou Fred.
Um dos fatores que pesaram para o recuo foi a prioridade assumida pelo PL em defesa da anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Segundo Fred, prolongar o embate jurídico poderia enfraquecer a mobilização em torno desse tema, considerado central pela base bolsonarista.
Apesar da sinalização de distensão, Fred deixou claro que o PL seguirá com postura autônoma no Estado e que o gesto não implica apoio a eventuais candidaturas ligadas a Caiado. “Seguimos com nossos próprios nomes para 2026”, afirmou, citando Wilder Morais como pré-candidato ao governo e Gustavo Gayer ao Senado.
No julgamento realizado pelo TRE-GO em 8 de abril, a corte concluiu que houve condutas vedadas, como a realização de eventos políticos no Palácio das Esmeraldas, mas entendeu que as penalidades impostas em primeira instância — entre elas, a inelegibilidade — foram excessivas. O tribunal impôs multas aos três envolvidos, encerrando o processo na esfera regional.