A REDAÇÃO

O filme Minecraft, inspirado no popular jogo eletrônico, tem enfrentado restrições em salas de cinema de diferentes países devido ao comportamento do público durante as exibições. Apesar do sucesso de bilheteria e da recepção calorosa por parte de jovens fãs, a maneira como esses espectadores têm reagido nas sessões levou diversos cinemas a impor medidas mais rígidas para manter a ordem.

Em várias localidades, grupos de adolescentes têm comparecido em massa para assistir ao longa e, ao invés de assistirem em silêncio, costumam gritar, cantar, jogar pipoca e registrar tudo com seus celulares para postar em redes sociais. A cena do personagem “chicken jockey” e o momento em que Jack Black grita “Eu sou Steve” se tornaram destaques nas plataformas, acumulando milhões de visualizações e curtidas no TikTok. Esse comportamento, embora comemorado por alguns como uma celebração coletiva, causou incômodo em outros espectadores e resultou em sessões interrompidas, com necessidade de intervenção policial em determinados casos.

Em resposta, redes de cinema em países como Inglaterra e Austrália passaram a divulgar avisos nas entradas das salas, alertando que gritos, aplausos excessivos ou gravações para redes sociais não seriam tolerados. Alguns estabelecimentos afirmaram que qualquer pessoa que perturbar a experiência dos demais será convidada a se retirar, sem direito a reembolso, e que, se necessário, as autoridades serão acionadas.

O diretor do filme, Jared Hess, comentou a situação com leveza em entrevista à Entertainment Weekly, dizendo que está feliz por ver o público se divertindo em grupo. Para ele, esse comportamento reflete uma busca por experiências coletivas que ficaram mais raras após o isolamento social dos últimos anos. Hess afirmou que, embora entenda a surpresa de alguns, considera positivo o fato de os espectadores estarem criando memórias com amigos e familiares.

O entusiasmo dos fãs, no entanto, tem colocado em xeque o equilíbrio entre liberdade de expressão e respeito às normas de convivência em espaços públicos. Com o filme ainda em cartaz em diversas partes do mundo, as restrições impostas por redes de cinema revelam os desafios de lidar com novos hábitos de consumo cultural mediados pelas redes sociais.

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