BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Justiça dos Estados Unidos autorizou o governo de Donald Trump a exigir que os imigrantes em situação irregular se cadastrem, uma obrigação que já afetou estrangeiros que estavam no país na sexta-feira (11).
Os imigrantes em situação irregular que estavam há mais de 30 dias no país deviam se cadastrar até a sexta. Eles tinham de fornecer as digitais e informar endereços, e quem não compareceu perante às autoridades ficou sujeito a multas e processos.
O anúncio da obrigatoriedade de registro feito pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA ocorreu inicialmente em 25 de fevereiro e dizia que a ausência do cadastro seria considerada crime. Também afirmava que as pessoas precisariam carregar os documentos para evitar prisão e multas.
Em decisão na quinta-feira (10), o juiz Trevor Neil McFadden permitiu que a gestão do republicano prosseguisse com a exigência. O governo argumentou que estava apenas colocando em prática uma obrigação que já existia.
Na sexta, a secretária do Departamento de Segurança Interna, Kristi Noem, anunciou que aquele era o último dia do prazo para o registro de estrangeiros que estavam há mais de 30 dias em situação irregular.
“O presidente Trump e eu temos uma mensagem clara para aqueles que estão ilegalmente em nosso país: saiam agora. Se saírem agora, podem ter a oportunidade de retornar e aproveitar nossa liberdade e viver o sonho americano”, disse Noem, em comunicado.
“O governo Trump vai aplicar todas as leis de imigração –não escolheremos quais leis aplicar. Precisamos saber quem está em nosso país, para garantir a segurança da nossa pátria e de todos os americanos.”
As pessoas que completarem 14 anos nos EUA também devem se registrar novamente e enviar as impressões digitais em até 30 dias após o aniversário, mesmo que já tenham sido cadastradas anteriormente.
Além disso, pais ou responsáveis por pessoas abaixo de 14 anos devem registrar os menores.
Durante a semana, Trump sofreu derrotas na Justiça em casos relacionados à migração. Na sexta, houve um dos embates mais acalorados desde que o republicano voltou à Casa Branca.
O salvadorenho Kilmar Armando Abrego Garcia foi mandado de volta ao seu país, mesmo tendo residência legal nos EUA, a despeito de sofrer risco de tortura. O caso foi parar nos tribunais, e a Suprema Corte ordenou na noite de quinta que ele volte ao território americano, numa decisão que é considerada a maior derrota judicial do atual governo.
O governo Trump voltou a desafiar a Justiça e não informou como pretende reintegrar Garcia.