SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Realizada entre os dias 8 e 10 de abril, a 13ª edição da Festa do Livro no campus da zona leste da Universidade de São Paulo reuniu mais de 40 editoras divididas em dois espaços. A feira atraiu principalmente alunos e professores da universidade em busca de títulos com preços mais acessíveis, todos com descontos mínimos de 50%.
A festa manteve seu papel como ponto de encontro entre leitores e editoras apesar de estas reclamarem do movimento fraco principalmente em comparação às edições da feira que acontecem no campus da USP no Butantã. A outra versão da feira reúne mais de 200 editoras e acontece ao longo de cinco dias.
Para Marcio Araujo, expositor da infantil Catapulta, o público desta edição foi menor do que em anos anteriores. Já para Wadi Félix, expositora da Edusp, que ficou em setor distinto, o movimento foi, na verdade, maior do que em outros anos.
A percepção oficial do evento é a mesma. Em nota, afirmou que, com base na movimentação registrada no estande da Edusp, foi possível constatar um aumento no público em relação às edições anteriores.
“A cada ano, a Festa do Livro da USP Leste vem se consolidando como uma iniciativa de integração, promovendo o acesso à produção de editoras universitárias, independentes e comerciais”, diz o comunicado.
Félix também fez parte da equipe de organização do evento e apontou a fiscalização dos descontos sobre os livros como uma das tarefas mais exigentes durante a feira. Mas ela aponta que a feira vai além das vendas, ela é principalmente um espaço de divulgação dos livros.
Marciano Lourenço, livreiro da WMF Martins Fontes, disse que já esperava vendas abaixo das registradas na feira do Butantã, mas levou a editora à USP Leste para marcar presença. “Você não pode ficar só com o filé, né? Temos que comer outras coisas também. Então vamos estar sempre presentes, mesmo com um público menor.”
“A feira da USP no Butantã é muito mais cheia e tem menos espaço. Eu prefiro a daqui porque é mais organizada e maior”, diz Barbara Hermínia, aluna do curso de têxtil e moda da USP Leste. Ela foi à feira em busca dos descontos, mesmo motivo que atraiu Carlos Vereda, aluno de história na USP Butantã. Ele pesquisou os livros que queria com antecedência e concluiu que os preços da festa estavam melhores.
O professor Eduardo Caldas vê os grandes descontos como um convite aos alunos para montarem suas próprias bibliotecas. Ele leciona políticas públicas na universidade há 20 anos e viu a feira desde sua primeira edição.
A iniciativa, segundo ele conta, começou com um grupo de alunos e depois a organização foi assumida pela direção da universidade. “Eu sou um defensor do livro e acho esse tipo de iniciativa muito legal”, afirma.