SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Se Tarcísio de Freitas (Republicanos) abrisse mão de concorrer à reeleição ao Governo de São Paulo, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o influenciador Pablo Marçal (PRTB) liderariam a disputa ao Palácio dos Bandeirantes, mostra pesquisa Datafolha.
O governador é cotado para disputar a Presidência em 2026 como nome do bolsonarismo, já que Jair Bolsonaro (PL) está inelegível até 2030. Embora publicamente ele negue interesse no pleito nacional, já disse a aliados que não recusaria um pedido do ex-presidente nesse sentido.
Além dos cenários com Tarcísio, pelos quais ele se reelegeria, o Datafolha testou cenários sem o atual governador considerando diferentes pré-candidatos a herdeiros políticos dele que já se apresentaram à disputa.
Em uma eleição com Alckmin, o vice-presidente tem 29% das intenções de voto, contra 20% de Marçal. O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), que já aventou a possibilidade de se candidatar, aparece em terceiro, com 12%.
O Datafolha ouviu 1.500 pessoas em 81 cidades paulistas de 1 a 3 de abril. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Outros seis nomes ficariam em empate técnico.
O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), alvo de operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (10), e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), têm 5%, das intenções de voto; o deputado federal Ricardo Salles (Novo), 4%; os secretários estaduais da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), e de Governo, Gilberto Kassab (PSD), obtêm 3% cada. Presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), André do Prado (PL) tem 1%.
Dizem que votariam em branco, nulo ou nenhum 15% dos entrevistados, e 3%, que não sabem.
Embora apareça bem colocado, Marçal foi declarado inelegível pela Justiça Eleitoral até 2032, em uma decisão da qual cabe recurso. O influenciador foi condenado em fevereiro sob acusação de abuso de poder político e econômico, por se oferecer para gravar vídeos de apoio a outros candidatos em troca de dinheiro, o que ele nega.
Lideranças do PT paulista cogitam apoiar uma candidatura de Alckmin para fazer frente a Tarcísio ou a um nome apoiado por ele.
Contudo, o vice-presidente não teria interesse na disputa, segundo aliados, o que abriria espaço para o ministro do Empreendedorismo e também ex-governador Márcio França (PSB).
O cenário com França tem Marçal na liderança, com 21% das intenções de voto. Nunes aparece em segundo, com 15% -como a diferença entre os dois está no limite da margem de erro, uma situação de igualdade é considerada improvável.
França aparece em seguida, com 11%, em empate técnico com o prefeito.
Empatado com o colega de Esplanada vem Padilha e, em seguida, Manga, Salles e Kassab, com 5%, Derrite, com 4%, e André do Prado, com 1%.
As articulações de Kassab, Derrite, André do Prado e Nunes para se viabilizarem como candidatos ao governo têm desagradado Tarcísio, segundo auxiliares, por anteciparem uma disputa que ele não quer ver na agenda.
Nos bastidores, aliados dizem ainda não saber se esses nomes estarão nas urnas como candidatos de Tarcísio ou como vice dele em uma disputa pela reeleição.