Série do Disney+ é uma opção segura para quem gosta de super-heróis, mas foge de aventuras mais rocambolescas e juvenis
THALES DE MENEZES
FOLHAPRESS – Em 2015, quando a série “Demolidor” estreou no streaming, algumas objeções iniciais dos fãs que acompanham as aventuras do herói cego nos gibis da Marvel foram logo esquecidas. Algumas eram apenas implicâncias, como achar que Charlie Cox não é fisicamente parecido com o Demolidor dos quadrinhos ou reclamar que, nos episódios, o personagem usa muito pouco seu uniforme vermelho.
Mas as temporadas tiveram uma narrativa que evoluiu diante dos olhos dos espectadores e transformou a série na melhor adaptação de HQ na TV. Agora, após seis anos de jejum, os fãs estão degustando “Demolidor: Renascido”, que, apesar da bossa do nome diferente, é simplesmente a quarta temporada das aventuras do herói. Lançada em episódios semanais na Disney+, terá o nono e último capítulo lançado no próximo dia 15.
Com quase toda a temporada já ao alcance dos interessados, só resta dizer que a série continua a mais madura adaptação de um gibi nas telas. O Demolidor é praticamente o Batman da Marvel. Vive em Nova York, correspondente da Gotham City dos gibis da DC Comics. Sua atuação é durante a madrugada, como faz o Homem-Morcego. Também sem ter superpoderes, além dos sentidos absurdamente aguçados depois da perda da visão, enfrenta quase todo o tempo vilões que são gente normal, cheias de maldade, mas não as criaturas fantásticas e poderosas que desafiam o Thor ou o Super-Homem.
Por ser esse herói “pé no chão”, há espaço para introduzir nas tramas o dia a dia do advogado Matt Murdock. E é com ele que os espectadores vão se reencontrar na nova série, porque o herói mascarado decidiu sair de cena devido às inúmeras polêmicas envolvendo os chamados vigilantes, combatentes do crime com as próprias mãos que estão espalhados por Nova York.

Colaborou muito para essa aposentadoria do Demolidor o sumiço de seu arquirrival, Wilson Fisk, chefão do crime na cidade, conhecido pela bandidagem como Kingpin e interpretado pelo ótimo Vincent DOnofrio. E a ação de “Demolidor: Renascido” surge com sua volta, em grande estilo Wilson Fisk consegue ser eleito prefeito da cidade! Impossível não achar engraçadas as semelhanças com a situação atual na Casa Branca.
Um grande impacto já está na primeira cena, quando Foggy Nelson, o sócio e melhor amigo de Murdock, é assassinado. Certamente isso poderia provocar uma volta do herói às ruas, mas Murdock ainda reluta. Após a ascensão de Fisk, eles se confrontam de forma civilizada em um restaurante e, numa espécie de pacto, admitem só voltar a envergar seus personagens se o outro fizer isso primeiro.
Enquanto os episódios vão cada vez mais criando situações para a esperada volta do Demolidor, o que não impede boas cenas de ação como uma incrível luta corporal de Murdock contra policiais corruptos, há um humor cínico na narrativa.
Fisk está em crise com a mulher, que assumiu o comando de sua facção criminosa enquanto ele dava um tempo fora da cidade, e os dois vão fazer terapia de casal justamente com a psicóloga que está começando a namorar Murdock uma coincidência surpreendente num lugar do tamanho de Nova York.
O que importa é que os casos encarados pelo advogado têm ótimos enredos e qualquer espectador sabe muito bem que vai valer a pena esperar. O Demolidor vermelho e com chifrinhos no capuz vai retornar com muita raiva para descontar em Fisk e congêneres.
Ainda sem ter o final exibido, a série teve sinal verde para mais uma temporada. Para quem gosta de super-heróis, mas também foge de aventuras mais rocambolescas e juvenis, “Demolidor Renascido” é uma opção segura.
DEMOLIDOR: RENASCIDO
– Avaliação Ótimo
– Quando Episódios novas às terças-feiras
– Onde Disney+
– Classificação Classificação indicativa não indicada
– Elenco Charlie Cox, Vincent DOnofrio, Margarita Levieva
– Produção EUA, 2025
– Acessibilidade Closed Caption (legendas ocultas) Programação possui legendas descritivas que podem ser ativadas