Da Redação

Um anúncio explosivo vindo de Washington foi suficiente para virar o humor dos investidores e mergulhar o mercado financeiro em mais um dia turbulento. Depois de uma manhã promissora, o otimismo evaporou quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decretou uma tarifa recorde de 104% sobre produtos chineses — acirrando a já tensa guerra comercial entre as duas potências.

O impacto foi imediato. O dólar comercial, que chegou a recuar para R$ 5,86 nas primeiras horas do dia, inverteu sua rota às 11h e passou a flertar com a marca dos R$ 6 até o fechamento, encerrando a terça-feira (8) em R$ 5,997 — uma alta de 1,47% e o maior valor desde 21 de janeiro.

Na bolsa de valores, o cenário não foi diferente. O índice Ibovespa chegou a subir 1,53% pela manhã, impulsionado por ganhos em mercados asiáticos e europeus. No entanto, à tarde, a maré virou: o principal índice da B3 terminou o pregão em queda de 1,32%, aos 123.932 pontos — o menor patamar em quase um mês.

A tensão internacional aumentou ainda na madrugada, quando a China reafirmou que manterá sua taxa de 34% sobre produtos americanos, retaliando diretamente as medidas de Trump. O clima ficou ainda mais pesado com a confirmação oficial da nova tarifa pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que alertou: a cobrança começa nesta quarta-feira (9).

A resposta dos mercados foi rápida e intensa. Investidores temem que o recrudescimento da disputa comercial entre EUA e China empurre o mundo para uma recessão global — um cenário que aumenta a aversão ao risco e fortalece moedas como o dólar, enquanto enfraquece bolsas ao redor do planeta.