SÃO PAULO, SP E MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – Um ônibus da viação Real Expresso com 53 passageiros tombou na madrugada desta terça-feira (8) na MG-223, entre as cidades de Araguari e Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, em Minas Gerais, deixando ao menos 11 mortos, sendo dez no local do acidente e um no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, são 36 feridos, sendo 18 passageiros encaminhados para atendimento, alguns em estado grave, e outros 18 tiveram lesões leves ou não se feriram e dispensaram o atendimento.
O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia informou, na tarde desta terça-feira, que nove pessoas foram recebidas, das quais uma morreu e sete estão em atendimento. Na unidade, uma das encaminhadas, que estava grávida, deu à luz. O hospital não deu informações sobre o estado de saúde do bebê.
O número de ocupantes foi informado pela própria viação. Já segundo os Bombeiros, “contabilizados e identificados”, eram 45 passageiros e o motorista. Alguns foram lançados para fora do veículo com o impacto, enquanto uma parte ficou presa às ferragens. Entre os mortos há duas meninas, de 6 e 2 anos, irmãs de um bebê de seis meses que segue internado no Hospital Sagrada Família junto à mãe das crianças, que sofreu ferimentos.
A causa do acidente ainda será apurada, mas a hipótese é de que o motorista tenha perdido o controle do veículo em um trecho conhecido como Trevo do Queixinho. O coletivo capotou e ficou tombado.
O ônibus pertence à viação Real Expresso, segundo os bombeiros, e saiu de Goiás e seguia para São Paulo.
A Polícia Civil informou que investiga o caso e que os corpos estão sendo identificados e preparados para liberação no Posto Médico-Legal de Araguari.
O motorista não sofreu ferimentos e já foi ouvido. Após prestar depoimento, ele foi liberado já que, até o momento, não há elementos que justifiquem a prisão. Outras vítimas e testemunhas também deram declarações à polícia.
A empresa lamentou o acidente. “Estamos trabalhando em estreita colaboração com as autoridades responsáveis para investigar as causas do acidente e esclarecer todos os detalhes. Nesse momento estamos concentrados no apoio às vítimas e todo suporte às suas famílias”, diz trecho da nota.
A empresa salientou que o veículo estava regular e que é devidamente autorizada a fazer o transporte na rota. A viação Real Expresso também disse dará todo o atendimento às vítimas, desde o momento do acidente até desdobramentos e consequências, e que possui todos os seguros obrigatórios e facultativos, mas reforça que tem saúde financeira para oferecer o que for necessário.
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) instaurou um processo administrativo para monitorar o caso e confirmou que o veículo estava com a documentação e cadastro regulares para transporte interestadual de passageiros.
Conforme a agência, o ônibus possuía seguro de responsabilidade civil e certificado de segurança veicular válidos, além de cronotacógrafo, que registra velocidade, tempo e distância percorrida, devidamente aferido e habilitado, em conformidade com a legislação vigente.
O trabalho de resgate foi feito pelos bombeiros, Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e acompanhado pela Polícia Rodoviária.
Por meio de nota, a prefeitura de Araguari informou que as vítimas estão sendo encaminhadas para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do município, que se encontra em estado de superlotação. Por conta disso, a prefeitura solicitou que a população não se desloque à unidade, salvo em casos de urgência e emergência.
O município de Araguari decretou luto oficial de três dias em memória das vítimas. “Neste momento de luto coletivo, não há palavras que possam expressar a dor da comunidade araguarina, tampouco consolar plenamente os sobreviventes e os familiares das vítimas deste lamentável episódio”, diz o comunicado da prefeitura.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também se solidarizou com os familiares das vítimas.