SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As ações asiáticas fecharam em alta nesta terça-feira (8), um dia depois de registrarem mínimas recordes diante de incertezas sobre o tarifaço global anunciado pelo presidente Donald Trump.

As ações da bolsa japonesa Nikkei terminaram com ganhos de 6,02% graças às altas das empresas de tecnologia e à perspectiva de negociações entre o Japão e os Estados Unidos sobre as tarifas, enquanto o Topix registrou uma alta de 6,26%

Nesta segunda-feira, Trump indicou o Japão como um dos países no caminho para negociar um acordo comercial após a imposição das tarifas. Trump conversou pela manhã com o primeiro-ministro Shigeru Ishibae, e disse que vai receber um time de negociadores de Tóquio. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, publicou no X que foi escolhido para liderar as conversas com o país asiático.

“Importante destacar que um pequeno raio de esperança começa a surgir, indicando que os EUA estão genuinamente abertos a negociações comerciais. O exemplo mais significativo é Japão”, disse Tapas Strickland, chefe de economia de mercado do National Australia Bank. Ele ressalta, no entanto, que o mercado ainda está extremamente volátil.

O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 2% após sofrer o pior dia desde 1997 devido ao que o líder do centro de negociações chamou de tarifas “implacáveis”. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, na China, avançou 1%.

Durante entrevista na Casa Branca nesta segunda, Trump reforçou que “não está considerando pausar as tarifas” e disse que elas poderão ser permanentes. Ao mesmo tempo, afirmou estar aberto a negociações. Segundo ele, já houve “um progresso tremendo” nas conversas com outros parceiros.

As principais bolsas europeias também abriram em alta após as grandes perdas da véspera. A bolsa de Londres subiu 1,27%, a de Paris 1,41%, a de Frankfurt 0,86%, a de Madri 0,95% e a de Milão 1,73%

Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, afirmou que os EUA foram procurados por mais de 50 nações interessadas em negociar, mas que “após décadas e décadas” de supostas injustiças com os americanos, seria difícil convencer Trump a assinar um acordo.

Apesar dos sinais de alguma negociação entre os Estados Unidos e alguns países, a crescente disputa tarifária entre as duas maiores economias do mundo mostra poucos sinais de desaceleração. Trump ameaçou aumentar ainda mais as tarifas sobre a China, que já respondeu que irá “até o fim” na escalada.