SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Filha de Tom Hanks, Elizabeth Anne, conhecida como EA Hanks, está lançando um livro de memórias em que conta detalhes da infância conturbada após o divórcio dos pais.

Ela é filha do astro do cinema com a primeira mulher, Susan Dillingham, que morreu aos 49 anos de câncer no pulmão. No livro, Elizabeth conta que a mãe era uma mulher perturbada, agressiva e com um passado misterioso.

Tom Hanks, 68, e Susan Dillingham (1952-2002) se conheceram na Universidade de Sacramento (Califórnia), se casaram e tiveram dois filhos: EA, hoje com 42 anos e Colin, 47. Em 1985, após cinco anos de casamento, o casal se divorciou.

Susan se mudou com os filhos de volta para a capital californiana. Eles visitavam o pai em Los Angeles nas férias e finais de semana alternados. Em 1988, o ator se casou com Rita Wilson, com quem está até hoje, e teve outros dois filhos, Chet e Truman.

No livro, EA conta que a mãe tinha sinais de bipolaridade e episódios de paranoia, apesar de nunca ter sido diagnosticada com distúrbios mentais.

Em 2019, EA repetiu sozinha uma viagem de carro de 38 horas que fez com a mãe, entre a Califórnia e a Flórida. Da viagem, derivou o livro, intitulado em homenagem à rodovia interestadual 10: “A Dez: Uma memória de família e da estrada afora” (“The 10: A Memoir of Family and the Open Road”). A revista People publicou um trecho do livro.

LEIA TRECHO DO LIVRO

“Sou filha do primeiro casamento. Minhas únicas memórias de meus pais juntos no mesmo lugar são na minha formatura e na formatura do meu irmão. Só tenho uma foto com meus dois pais juntos.

Nasci em Burbank (CA), mas após meus pais se divorciarem, minha mãe nos levou para morar em Sacramento. Tenho poucas memórias da vida em Los Angeles. Dos cinco aos 14 anos minha vida foi cheia de confusão, violência, privações e amor.

Morávamos em uma casa com cerca branca, piscina no quintal e paredes com fotos de cavalos. Ao longo dos anos, porém, o quintal ficou tão cheio de cachorros que não dava para andar, e casa fedia a fumaça, a geladeira era cheia de comida vencida e minha mãe passava cada vez mais tempo na cama lendo a Bíblia. Em uma noite, sua violência emocional se tornou violência física e eu fui embora para Los Angeles, no meio da sétima série.

A guarda se inverteu. Fui morar com meu pai em Los Angeles e visitava minha mãe nas férias. Em um verão, eu e ela atravessamos a rodovia interestadual 10, da Califórnia até a Flórida, em um trailer. No meu último ano do colegial, ela ligou dizendo que estava morrendo.”