RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil investiga o desaparecimento do corpo de uma mulher no cemitério municipal São Miguel, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro. O filho da falecida, Gilbert Tavares da Matta afirma que, ao abrir a sepultura da mãe na semana passada, encontrou o corpo de outra pessoa no local.
A mãe de Gilbert foi enterrada há sete meses em uma sepultura cedida pela Prefeitura de São Gonçalo. Segundo ele, a desconfiança sobre possíveis irregularidades surgiu na última quinta-feira (3), quando esteve no cemitério para tratar do sepultamento de uma tia.
Ao passar pela sepultura da mãe, notou que a tampa havia sido trocada e exigiu que a cova fosse aberta. Para sua surpresa, o corpo no interior do caixão não era o da mãe, mas de uma mulher desconhecida.
Além do caixão diferente, a mulher teria cabelos loiros e compridos enquanto sua mãe, que morreu de câncer, estava sem cabelos devido à quimioterapia quando foi enterrada. Os pertences que estavam dentro também não eram os mesmos.
A Prefeitura de São Gonçalo declarou que instaurou uma sindicância para apurar os fatos. Segundo a administração, existe a possibilidade de ter ocorrido uma troca na numeração das sepulturas durante os registros do dia do sepultamento. A prefeitura informou ainda que, no mesmo dia, houve dois enterros realizados pela mesma funerária, o que pode ter causado a confusão.
Gilbert registrou o caso na 72ª DP (São Gonçalo) na sexta-feira (4). De acordo com o relato, após sua denúncia, a administração do cemitério autorizou a abertura de sete sepulturas na tentativa de localizar o corpo da mãe, mas sem sucesso até o momento.
A Polícia Civil informou que a perícia foi acionada para o cemitério e que a vítima já prestou depoimento. O responsável pelo local também será ouvido, e outras diligências estão em andamento para esclarecer o caso.
Essa não foi a primeira experiência traumática da família com o cemitério São Miguel. Em 2019, o irmão de Gilbert foi enterrado no mesmo local, mas teve os restos mortais retirados antes do prazo legal de exumação.
Segundo ele, a retirada ocorreu sem comunicação prévia à família, e uma nova pessoa foi enterrada na mesma sepultura. Depois de reclamar, recebeu de volta uma sacola com a suposta ossada do irmão.
De acordo com a Prefeitura de São Gonçalo, consta na documentação do cemitério que os restos mortais foram entregues à família.