SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após ter participado do ato bolsonarista por anistia aos réus do 8 de janeiro, na avenida Paulista, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), prometeu atuar junto aos parlamentares para aprovar, na Câmara dos Deputados, o projeto que prevê anistiar os envolvidos nos ataques.

“Eu conversei com o Hugo Motta na sexta-feira sobre isso. Vou voltar a conversar com ele agora após a manifestação”, disse Tarcísio na manhã desta segunda-feira (7) ao anunciar a extensão da Linha 4-amarela do metrô de São Paulo até Taboão da Serra, na região metropolitana.

Correligionário de Tarcísio, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem sido pressionado pelos bolsonaristas para pautar a votação do projeto de anistia ao 8 de janeiro. Ele foi um dos principais alvos dos discursos deste domingo (6) e tem demonstrado resistência ao tema.

“Espero, Bolsonaro, que se Hugo Motta estiver assistindo isso aqui, que ele mude, porque você, Hugo Motta, está envergonhando o honrado povo da Paraíba”, disse o pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do protesto, em seu discurso na Paulista.

Ao participar de um evento na ACSP (Associação Comercial de São Paulo) nesta segunda, o presidente da Câmara defendeu penas menores para os réus do 8 de janeiro, mas declarou que a anistia não é “pauta única” do país.

Na última reunião de líderes da Câmara, na quinta (3), Motta teria pedido às lideranças das bancadas que não assinassem o requerimento de urgência do projeto, que o levaria direto à votação no plenário. Com isso, a bancada do PL tem de coletar um mínimo de 257 assinaturas, entre os 513 deputados, para garantir que o texto avance na Casa.

Afilhado político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio prometeu atuar para conseguir votos e aprovar o projeto.

“Eu acho que, como eu falo, o trabalho que tem que ser feito é o trabalho da política agora. É ligar [para os deputados], é conversar, é convencer, é mostrar a necessidade, porque a gente acredita que a anistia é um ponto de pacificação”, disse o governador.