SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Ele não reagiu. Ele agiu para me salvar. Ele deu a vida para me salvar”, disse em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, a juíza Tula Corrêa de Mello, do 3º Tribunal do Júri do Rio, sobre o marido, o policial civil João Pedro Marquini, 38, da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais).
A juíza viu o marido ser morto a tiros por criminosos, em 30 de março, na Serra da Grota Funda, zona oeste do Rio de Janeiro.
“É uma sensação de impotência. Posso afirmar com certeza que se não fosse a ação do João saindo do carro para desviar o foco dos criminosos, eles conseguiriam fazer com que os disparos de fuzil ultrapassassem a blindagem do meu carro”, afirmou na entrevista.
A juíza e o policial voltavam para casa depois de passarem a tarde na casa da mãe dele. Eles estavam em carros separados porque tinham ido buscar o carro dele, que estava no conserto. O policial estava no carro da frente e a juíza vinha atrás.
Tula viu o carro do policial diminuir a velocidade, e criminosos armados em frente a outro veículo atravessado. Ela deu marcha à ré. Nesse momento, os criminosos passaram a atirar contra o carro dela. Ainda que fosse blindado, o veículo não resistiria aos tiros de fuzil por muito tempo. João desceu do carro e levou cinco tiros e morreu ainda no local.
A juíza contou que o treinamento de defesa que recebeu do Tribunal de Justiça e de direção defensiva do policial a ajudaram a fugir dos criminosos.
“Ele me treinou para que eu pudesse usar na prática estes mecanismos de defesa”, afirmou a juíza.
A DHC (Delegacia de Homicídios da Capital) investiga o assassinato. Policiais da DHC e da Core iniciaram uma operação na região logo após a morte de Marquini, mas ninguém foi preso.
Em outro caso, no dia 20 de março, um copiloto de helicóptero da Polícia Civil do Rio foi baleado na cabeça em pleno voo durante operação na Vila Aliança, zona oeste da capital.
Felipe Marques Monteiro, 45, estava no interior de uma aeronave da Core que dava apoio a operação para prender uma quadrilha especializada em roubos de vans. O copiloto foi internado no Hospital São Lucas, em Copacabana.