SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Evandro Fióti falou em entrevista ao Fantástico deste domingo sobre o rompimento da parceria com o irmão Emicida. Durante a conversa, ele disse: “Esse lugar da ascensão econômica, não fomos preparados para os desafios que [o lugar] traria, e o que deveríamos mudar individualmente nas nossas vidas.”

“Percebi existir um distanciamento entre nós, foi ali mais ou menos entre 2017 e 2018.”, disse Fióti, em entrevista ao Fantástico.

A desavença entre os irmãos tornou-se pública em 28 de março, quando Emicida anunciou o término da parceria com Fióti. “Eu acredito que a gente construiu coisas muio relevantes, mas chegou o momento que isso se esgotou”, disse.

No último dia 4, Emicida utilizou suas redes sociais para divulgar um comunicado sobre o fim da parceria com seu irmão, Evandro Fióti, e a disputa judicial entre eles pela Laboratório Fantasma, empresa que fundaram juntos em 2009.

Fióti nega as acusações de Emicida, que move um processo judicial contra o irmão, alegando que Fióti realizou saques indevidos e sem comunicação, num montante que chega a R$ 6 milhões.

“Todas as transferências para ambos os sócios e a divisão de lucros desses 16 anos sempre foram feitas seguindo os ritos de governança da área administrativa e financeira. Não trabalhei de maneira anti-ética nenhuma vez na minha vida”, disse Fióti.

Ele continuou, e falou sobre seu passado. “Desde a época que eu era servente de pedreiro, desde a época que fui líder numa grande rede de fast-food, o que me mobiliza é o que quero construir, e na Laboratório Fantasma nunca foi diferente disso”, disse Fióti

Fióti lembrou dos bons momentos com o irmão. “Tenho muita saudades do Leandro [Emicida] que se emocionava quando eu tocava violão. Que foi o que deu energia para construíssemos uma empresa para impulsionar nossos sonhos.”

Na última sexta-feira, Emicida divulgou um novo posicionamento sobre a briga judicial com o irmão, Fióti.

Emicida diz nunca ter utilizado termos como “desvio” ou “roubo” no processo. “Estes nunca foram termos utilizados por Leandro, seja em seus comunicados, seja nas suas manifestações nos autos do processo”, diz o comunicado divulgado hoje pelo músico.

Tribunal fala em “desvios”. Em decisão do dia 31 de março à qual o UOL teve acesso, o juiz Guilherme de Paula Nascente Nunes descreve o caso: “Aventa (…) ter-se surpreendido o requerido com apuradas desvios pelo autor Evandro, minoritário, perpetrados, a totalizarem R$ 6.000.000,00, desde junho de 2024”.

Emicida diz que decisão de romper parceria profissional com o irmão não foi repentina. “Trata-se de uma decisão madura e tomada após diversas tentativas de alcançar uma harmonia entre ambos em relação a inúmeras questões essenciais à gestão do negócio e da carreira do artista Emicida”, diz o comunicado.

Ele ressalta, ainda, que o contato entre os advogados foi retomado. “Feitos esses esclarecimentos, é desejo de Leandro [Emicida] que seja possível alcançar um acordo amigável entre as partes, sendo que a paz volte a reinar entre os irmãos”.