SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Marina Sena escolheu um nome singelo para o seu terceiro álbum: “Coisas Naturais”. O projeto marca um retorno da cantora a um fazer musical mais orgânico e reflexivo. Depois do sucesso estrondoso de sua estreia solo com o disco “De Primeira”, de 2021, e da abordagem mais pop e experimental de “Vício Inerente”, de 2023, que refletiu a vinda para São Paulo, a cantora mineira resgata a essência do processo criativo que moldou sua identidade artística. Ela explora composições construídas com voz e violão, e abre espaço para uma narrativa mais elaborada em suas letras.

O novo trabalho nasceu de um retiro criativo em São Roque, interior de São Paulo, onde Sena se reuniu com músicos da Outra Banda da Lua, grupo com quem iniciou sua trajetória na cidade de Montes Claros. Esse ambiente de imersão musical, segundo a artista, permitiu que as canções fluíssem de forma espontânea, com arranjos construídos diretamente a partir das interações entre os instrumentistas.

“A gente montou a banda numa sala e foi tudo que eu sempre sonhei fazer na minha vida: ir para uma roça, montar uma banda, com tudo sendo captado e gravado com os equipamentos bons, e conseguir imergir na música mesmo e experimentar”, diz a cantora.

O resultado do mergulho é um álbum de atmosfera orgânica e plural, com influências que vão do jazz-funk da MPB dos anos 1970 à sonoridade contemporânea do reggae e reggaeton. As 13 faixas de “Coisas Naturais” revelam um amadurecimento lírico e melódico. As canções são mais narrativas, com histórias que se desenvolvem ao longo da música, do que cenas e versos fragmentados.

Entre as faixas, “Combo da Sorte”, “Sem Lei” e “Coisas Naturais” emergem como exemplos do processo coletivo de criação, enquanto “Mágico” e “Anjo” resgatam sua intimidade com o violão como base composicional.

“É muito natural eu fazer uma baladinha quando eu pego no violão, uma coisa meio samba-rock, meio bossa, rock’n’roll”,afirma. E é exatamente o que se ouve aqui. Essas faixas são prováveis hits do disco, junto com “Ouro de Tolo” que, apesar de levar o mesmo título da canção clássica de Raul Seixas, fala sobre amor e fecha com Sena declamando uma parte da poesia. Aliás, o que mais tem é amor carnal e a sensualidade característica da artista.

Há também colaborações internacionais. As artistas Gaia, da Itália, e Nenny, de Portugal, trazem influências europeias para “Tokito”, gravada por elas durante uma passagem de Marina Sena pelo país luso. Já a banda Çantamarta, radicada na Espanha, traz a latinidade caribenha para um reggaeton inspirado no legado de Zé Coco do Riachão e do Grupo Raízes, referências musicais do norte de Minas Gerais, fundamentais para a cantora.

Um dos aspectos que ganha destaque em “Coisas Naturais” é a voz de Sena. Ela alonga notas, as alturas e explora o falsete. Há mais de dois anos, a artista vem investindo em uma preparação vocal aprofundada, refinamento refletido na evolução técnica, mas sem perder a intuição que sempre caracterizou seu canto.

“Para cada música eu busquei entender qual era a textura vocal que ela estava pedindo. Antes eu gravava três músicas num dia só. Agora eu não faço mais isso. É uma música por dia. Eu gasto cinco, seis horas e faço cada detalhezinho”, afirma.

Em 2023, após um show em homenagem a Gal Costa no festival The Town, Sena recebeu críticas por sua preparação vocal. Para ela, porém, esse cuidado maior no novo disco não tem ligação com o episódio. “É natural que eu queira evoluir no meu próprio instrumento, independente da crítica”, diz ela, que prepara uma apresentação daqui um mês no Espaço Unimed, em São Paulo, para apresentar o novo trabalho ao vivo.

COISAS NATURAIS

Onde Disponível nas plataformas digitais

Autoria Marina Sena

Gravadora Sony Music Brasil

MARINA SENA ‘COISAS NATURAIS’

Quando 26/4, às 23h

Onde Espaço Unimed – Rua Tagipuru, 795, São Paulo

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