BRASÍLIA, DF E WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O governo Donald Trump apontou o Brasil como um país que impõe tarifas de importação relativamente altas a uma vasta gama de setores.
O USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA) também considerou que os exportadores americanos enfrentam uma incerteza significativa no mercado brasileiro porque Brasília frequentemente modifica suas tarifas dentro da flexibilidade permitida pelas regras do Mercosul.
“A falta de previsibilidade sobre os níveis das tarifas torna difícil para os exportadores americanos preverem os cursos de fazer negócios no Brasil”, diz o USTR.
As conclusões constam em um relatório anual sobre barreiras comerciais enfrentadas pelos EUA que o USTR entrega ao chefe do Executivo dos EUA e ao Congresso. O documento discute os maiores mercados de exportação para os Estados Unidos, abrangendo cerca de 60 parceiros comerciais.
O texto foi divulgado pelo USTR nesta segunda-feira (31), a apenas dois dias do tarifaço prometido pelo republicano para 2 de abril.
No ano passado, o último relatório do órgão, ainda no governo Joe Biden, fazia avaliação semelhante das barreiras enfrentadas pelos americanos para acessar o mercado brasileiro. O documento divulgado nesta segunda pode servir como base para a decisão que Trump tomará em 2 de abril, aguardada com apreensão pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Interlocutores ouvidos pela reportagem disseram, no entanto, que a expectativa é que outros relatórios em produção por Washington subsidiem a decisão de Trump.