SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse que os professores da rede municipal, que aprovaram uma paralisação na próxima quarta-feira (2), têm motivação política e vai punir aqueles que aderirem ao ato.
A paralisação foi aprovada na quinta-feira (27) em assembleia da Aprofem (Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo). Os servidores reivindicam 12,9% de reajuste linear, a elevação do piso de todos os profissionais da educação (não apenas dos professores), com a incorporação dos valores à carreira, e o fim do confisco de 14% das aposentadorias e pensões.
Na manhã desta segunda-feira (31), Nunes disse que não há motivo para uma greve neste momento e disse que irá descontar os dias de paralisação dos salários daqueles que aderirem ao ato.
“Não existe razoabilidade numa atitude como essa. Esse é um serviço essencial. As pessoas que forem utilizar essa prática para fazer política partidária, nós vamos descontar”, disse Nunes.
O prefeito disse que a data-base da categoria é em 1º de maio e que as reivindicações estão sendo discutidas com o Executivo municipal. Ele destacou ter feito um concurso em que foram chamados 16 mil professores.
“Nós precisamos de profissionais responsáveis, que lutem pelo seu direito, mas que tenham responsabilidade com os nossos alunos e com a educação. A gente não vai permitir que essas pessoas utilizem de ações políticas partidárias para conturbar o processo pedagógico. Estamos monitorando para fazer a punição daqueles que utilizarem desse tipo de recurso contra a educação, contra as crianças”, disse Nunes.
REDE ESTADUAL PAULISTA
Os professores da rede estadual aprovaram greve a partir de 25 de abril para pressionar o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) a contratar mais profissionais efetivos, aumentar o piso salarial da categoria e apresentar um plano de climatização para as escolas.
Conforme mostrou a Folha de S.Paulo, o Ministério Público ingressou com duas ações civis públicas nesta semana para obrigar o governo Tarcísio a recompor o quadro de profissionais da educação.
A categoria também pede que o Governo de São Paulo passe a cumprir o piso nacional salarial dos professores hoje, os docentes recebem uma bonificação para alcançar o mínimo estabelecido pelo governo federal, ou seja, os valores não são incorporados para cálculo de férias e aposentadoria, por exemplo.
Pedem ainda que a gestão Tarcísio apresente um plano para a climatização das escolas estaduais. A rede estadual de São Paulo tem o menor percentual de salas climatizadas do país, apenas 2,7% delas, segundo dados do Censo Escolar de 2023.
Segundo a Secretaria de Educação, porém, são 750 escolas climatizadas atualmente no estado, o que representa 13% da rede.