(UOL/FOLHAPRESS) – O Santos sentiu a ausência de Neymar na derrota por 2 a 1 para o Vasco. O revés na rodada inaugural teve um Peixe aguerrido e organizado na etapa inicial, mas sem referência técnica no segundo tempo.

FALTOU UM NEYMAR

Onze finalizações, duas chances claras e uma estatística de gols esperados (xG), segundo o Sofascore, superior a do Vasco na partida. Faltou ao Santos um jogador que coloque a bola debaixo do braço e minimize os efeitos de uma partida aberta. O Peixe sentiu falta da sua referência técnica.

Após abrir o placar, o time sentiu o empate do Vasco logo no início do segundo tempo, mais ainda quando teve a chance de ficar na frente do placar. Guilherme, que poderia ser essa referência na ausência de Neymar, perdeu.

Neymar não viveria só de finalizações em São Januário, mas, também, de brechas. Em busca do gol da virada, o Vasco concedeu muitos espaços e poderiam gerar oportunidades ao Santos. Foi assim no gol de Barreal, depois de linda assistência de Tiquinho Soares.

Com Neymar, o Santos ainda teria mais abertura para contra-atacar, já que o craque demanda atenção das defesas adversárias e, como consequência, abre espaço para os companheiros. Cadencia quando precisa e imprime velocidade na mesma moeda.

NÃO É SÓ REFERÊNCIA TÉCNICA

O Santos sentiu falta do poder de decisão de Neymar com a bola no pé, mas não é só assim que o camisa 10 pode ajudar a equipe. O craque, acima de tudo, é uma liderança fundamental no vestiário do Peixe.

Quando o Santos perdeu o controle do jogo, Neymar poderia usar sua experiência para chamar faltas e frear o ímpeto do Vasco, além de trazer refino ao toque de bola do Santos, que não teve a mesma precisão no segundo tempo.

O técnico Pedro Caixinha disse, em coletiva, que está orgulhoso dos atletas que estiveram no Rio de Janeiro neste domingo e minimizou a ausência do astro.

“Eles (Neymar e Soteldo) não vieram. Respeitamos todos os que estão aqui, que acho que fizeram um trabalho muito, muito meritório em termos daquilo que é a nossa representação. E sempre que nós não tivermos aqui um jogador, seja o Neymar, seja o Soteldo, eu não vou falar muito. Temos muito respeito para os jogadores que tiveram aqui a fazer isso”, disse Caixinha.

CAIXINHA ERRA

Os desfalques pesam, é verdade, mas Pedro Caixinha também não conseguiu fazer a melhor leitura de jogo para as pretensões do Santos em São Januário. O esquema tático funcionou no primeiro tempo, porém a equipe recuou demais na etapa complementar.

A leitura nas alterações também gerou críticas dos santistas, especialmente na saída de Barreal, que marcou e substituiu Neymar, além da manutenção de Guilherme ao longo dos 90 minutos. Segundo Caixinha, o argentino deixou o campo porque estava sem ritmo e sentiu cansaço.

“É verdade de que um ou outro jogador sentiu alguma dificuldade em energia física, o Tiquinho tinha ali já alguma queixa no intervalo, sabíamos que era uma das substituições, o Barreal, que fez uma grande partida, também tinha desgaste, sim, em termos do ritmo de jogo, e o próprio Rollheiser, apesar de ter altos e baixos no jogo, manteve também uma dinâmica”, disse.

Sem Neymar, Soteldo e outros jogadores importantes, é fundamental que o Santos esteja concentrado e organizado. Não foi isso que aconteceu em São Januário. O Peixe volta a campo no próximo domingo para enfrentar o Bahia, na Vila Belmiro, novamente pelo Campeonato Brasileiro.