BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) – Um homem de 56 anos está sendo investigado por supostamente ter iniciado o incêndio florestal que deixou 30 mortos na Coreia do Sul. O suspeito realizava um ritual ancestral junto a um túmulo de um familiar quando o fogo começou, segundo a BBC.

Homem cuidava de um túmulo em uma colina no condado de Uiseong, na província de Gyeongsang do Norte, em 22 de março. Essa é uma tradição na Coreia do Sul, especialmente durante a primavera e o outono, segundo a CNN.

De acordo com a BBC, a filha do suspeito disse aos investigadores que o fogo começou depois que seu pai tentou queimar galhos de árvores pendurados sobre os túmulos. O homem nega as acusações. Ele foi fichado pela polícia e será interrogado após a conclusão das investigações. O suspeito não foi preso.

Neste domingo (30), as autoridades anunciaram que, 10 dias depois, o principal foco de incêndio foi controlado. Chuvas na região ajudaram no combate aos incêndios. Nesta segunda-feira (31), o Serviço Florestal da Coreia informou que todos os focos foram extintos.

30 pessoas morreram e cerca de quatro mil imóveis foram destruídos. O premiê e presidente interino da Coreia do Sul, Han Duck-soo, disse que os incêndios foram os piores que o país viu nos últimos anos.

No total, 48 mil hectares foram queimados. Cerca de 10 mil bombeiros, policiais e funcionários públicos foram mobilizados para o combate às chamas, além de 7.500 militares do exército. Foram utilizados 420 helicópteros, incluindo quatro das Forças dos EUA na Coreia.

Um dos mortos é o piloto de um helicóptero dos bombeiros, que caiu durante o combate ao fogo. A maioria das vítimas fatais tinha entre 60 e 70 anos.

Patrimônio da Unesco foi evacuado e templo milenar foi destruído. A vila histórica de Hahoe teve todos os seus moradores retirados e o templo de Goun, construído no ano 681, foi tomado pelo fogo, segundo a agência de notícias Reuters.

Ventos fortes ajudaram a espalhar o fogo, segundo o Instituto Nacional de Ciências Florestais do país. Eles também dificultaram o combate aos incêndios, já que obrigaram a suspender as operações com drones e helicópteros na região.

2024 foi o ano mais quente já registrado na Coreia do Sul. Em entrevista à AFP, a cientista Kimberley Simpson fez um alerta sobre as mudanças climáticas observadas em todo o mundo. “À medida que a mudança climática eleva temperaturas e altera os padrões de chuvas, as condições que alimentam os incêndios devastadores se tornam mais frequentes”.