SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Banco de Brasília toma o controle do Banco Master e não quer saber de negociações arriscadas, dança das cadeiras no GPA e outros destaques do mercado nesta segunda-feira (31).
**BANCO ENGOLE BANCO**
Se você jogou Pac Man, aquele do bichinho redondo amarelinho, sabe que um igual pode engolir o outro sem cerimônias. É mais ou menos o que aconteceu entre o Banco Master e o BRB (Banco de Brasília).
Enquanto você achava que poderia descansar tranquilamente no fim de semana, o mercado financeiro estava a todo o vapor: o BRB comprou 58% das ações do Master na noite de sexta-feira, adquirindo assim, o controle da operação.
E DAÍ?
Uma negociação entre bancos nunca é ignorável. Então, senta que lá vem história.
O Master esteve envolvido em alguns bafafás nos últimos anos. Ele tem investimentos em ativos considerados arriscados, como precatórios e ações de empresas não financeiras.
Não pegou bem. Afinal, todo mundo dorme tranquilo sabendo que o próprio dinheiro está investido pelo banco em ativos de alta volatilidade.
Ainda, ele emitiu muitos CDBs (Certificados de Depósito Bancário) com taxas altíssimas de rendimento o que promete um retorno alto para quem investe. A estratégia era uma forma de captar recursos rapidamente e depois pagar muito mais caro por eles. Uma coisa meio viver agora, pensar depois.
Até os clientes erguiam a sobrancelha ao se depararem com retornos tão altos em uma modalidade de investimento com menor risco e menor retorno. Para isso, ele tinha um antídoto: a restituição do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
O órgão serve para reparar os danos financeiros aos clientes no caso de uma falência ou um calote do banco, por exemplo. A instituição financeira se apoiava nisso para vender seus CDBs o cliente terá seu retorno, mas talvez não seja ele a pagar.
UM BASTA
O presidente do BRB o banco que comprou uma parte do Master, caso você tenha se perdido, Paulo Henrique Costa, disse à Folha que não repetirá a estratégia de venda.
NA PAZ (?)
Não houve pressão política para a compra, segundo o executivo. A vontade de tornar-se um banco maior e com mais abrangência é antiga, e a oportunidade se mostrou.
**PÃO AMARGO**
No GPA (Grupo Pão de Açúcar), acabou-se o que era doce.
SURPRESA!
Em um fato relevante divulgado ontem, o grupo de supermercados comunicou que recebeu um pedido de um fundo acionista para convocar uma assembleia geral extraordinária.
O objetivo? Simples, destituir todo o conselho de administração da companhia e eleger novos integrantes. Dar um reset nos companheiros.
O pedido foi protocolado na sexta-feira (28) pelo Saint German, fundo de investimento sob gestão da Trustee DTVM, ligada ao empresário Nelson Tanure e que possui mais de 3% do capital social do GPA.
↳ O capital social de uma empresa é o valor investido pelos sócios ou acionistas para mantê-la.
QUEM?
Tanure é um dos maiores investidores do país. Sua preferência não é por um setor específico da economia, mas sim por um tipo de empresa: as que estão mal das pernas.
Ficou famoso por compra companhias deficitárias e iniciar um processo de reestruturação.
Não é bem o caso do GPA, mas o conglomerado teve alguns B.O.s entre acionistas nos últimos dois anos: o grupo francês Casino, ex-dono do Pão de Açúcar, decidiu vender grande parte da sua participação no brasileiro.
MANTENHA OS AMIGOS PRÓXIMOS
Tanure quer fazer a mudança para ter duas cadeiras no conselho reservadas aos seus indicados.
Pedro de Moraes Borba e Rodrigo Tostes Solon de Pontes devem ser os apontados.
O Saint Germain diz não ter a intenção de mudar muito o direcionamento dos negócios da companhia. O movimento do fundo, no entanto, não é tradicional de quem quer manter as coisas com ela estão. Na carta, escreve:
“[O Saint Germain] acredita firmemente que a maximização do valor e do retorno aos acionistas deve ser o objetivo central das atividades da companhia, e que há um considerável potencial para essa maximização, especialmente se por meio práticas que visem à eficiência e à redução de custos e despesas”.
E AGORA?
O grupo deve avaliar a solicitação, e se estiver correta, vai convocar a assembleia.
**EM BUSCA DO TESOURO**
O que vale mais: ser criterioso ou ser rápido? Depende do que estamos falando. No caso da exploração de minérios do Brasil, a pressa tem sido melhor amiga da perfeição.
Os chineses e os americanos estão de olho na mineração brasileira como uma fonte do que eles precisam para fazer a transição energética deixar, aos poucos, de usar combustíveis fósseis para gerar energia elétrica e começar a usar fontes mais sustentáveis de energia.
Nessa corrida, os chineses estão se adiantando: pegam as oportunidades antes que elas sumam.
CONTEXTO
O Brasil tem grandes reservas de níquel, lítio, cobre, nióbio, manganês, alumínio e cobalto, além de elementos de terras raras.
Todos esses minerais são protagonistas nas discussões econômicas dos países desenvolvidos, que dependem dessas matérias-primas para fortalecer suas indústrias.
Alguns são essenciais para a produção de placas solares, motores elétricos e baterias. Entenda melhor o que são as terras raras nesta reportagem.
A China é a maior produtora de tecnologias de transição energética. Ou seja, ela compra boa parte dos metais críticos do mundo e todos querem vender para ela.
MAS…
Como sempre, quando falamos que os chineses estão dominando uma área, os americanos ficaram com ciúmes do dinheiro que eles estão ganhando, claro.
Nos últimos meses, empresas estatais e privadas da China anunciaram ao menos cinco negociações com mineradoras donas de reservas de metais críticos no Brasil algumas em pré-operação.
Os EUA andam em marcha lenta: ainda estão em fase de enviar cartas de intenção.
No contexto business, cartas de intenções são documentos que demonstram o primeiro interesse em fechar um negócio. A partir desse momento, ainda há muito chão para caminhar antes do acordo final.
EXEMPLO
No final do ano passado, por exemplo, a estatal chinesa China Nonferrous Mining (CNMC) comprou por US$ 340 milhões (R$ 1,9 bi) a Mineração Taboca do grupo peruano Minsur. A empresa negociada é a maior produtora de estanho do Brasil e também extrai nióbio no Amazonas.
Ainda no mercado de nióbio, os chineses anunciaram em fevereiro aporte de 8 milhões de dólares australianos (R$ 29 milhões) na St. George, australiana que quer extrair nióbio em Minas Gerais.
Mais vale um pássaro na mão do que dois voando. “Os chineses estão dispostos a correr mais risco. Eles enxergam a tomada de decisão rápida como uma vantagem estratégica, então quando os chineses entram numa negociação rapidamente eles tomam a decisão” diz Thiago Amaral, diretor da St. George no Brasil.
**A PECINHA ENTRE O BANCO E O VOLANTE**
Ah, a tranquilidade de andar em um carro que dirige sozinho. Assim, são evitados problemas naquela pecinha entre o banco e o volante: o motorista. Você confiaria em uma máquina para te conduzir sem ninguém no controle (ao menos presencialmente)?
O FUTURO CHEGOU
A Waymo, marca de carros por aplicativo da Alphabet (dona da Google), propõe essa experiência aos clientes: veículos que andam sem condutor.
LUXANDO
É uma oferta que atrai clientes endinheirados. A experiência é vendida dessa forma pela empresa.
Os carros que buscam os passageiros vêm de marcas sofisticadas, como Jaguar. A ideia é que os ricos se sintam mais à vontade nos carros.
COMO FUNCIONA?
Os carros têm câmeras e sensores por todos os lados. Além disso, eles usam um mapa digital atualizado regularmente para orientar sobre a situação do trânsito indicar onde há congestionamento, interdições ou acidentes, por exemplo.
Eles também mostram onde há semáforos, faixas de pedestre e outras coisas que exigem movimentos do veículo.
A inteligência artificial é a peça final do quebra-cabeça. O software usa as informação dos mapas, sensores, satélites e tudo mais para tomar decisões imediatas mais ou menos como você se lembra de tudo o que te disseram na autoescola, não é?
A Waymo disponibiliza assistência para os passageiros. Caso algo não esteja certo no carro e ele queira falar com um ser humano, pode ligar e ela tentará resolver o problema a distância.
DEU CERTO?
Sim e não. O serviço começou a funcionar em Los Angeles há um ano. Desde então, muitas outras cidades nos EUA começaram a receber os carros solitários.
No entanto, a empresa acumula multas de trânsito e reclamações. Os táxis autônomos receberam 589 multas por infrações de estacionamento em 2024, de acordo com registros da agência municipal de transportes da cidade.
**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**
Caiu na rede, é peixe. A Receita Federal paga o lote de restituição de quem caiu na malha fina. Se você foi pego e corrigiu a declaração, fique de olho na conta.
Não é só isso. Entenda como a reforma do Imposto de Renda vai além de taxar dividendos.
Jogando seguro. Se você não sabe como escolher o prazo dos seus títulos do Tesouro Direto, é hora de aprender.
Livremente. China, Japão e Coreia do Sul estão avançando em negociações para criar um acordo de livre comércio. É histórico, uma vez que os países não têm a tradição de se dar muito bem.