SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Polícia Civil de São Paulo prendeu o condutor da charrete que atropelou e matou uma turista na faixa de areia de uma praia de Itanhaém, no litoral sul paulista.

Homem de 31 anos foi preso ontem em uma casa na Praia Grande. A polícia investiga se ele participava de uma corrida ilegal de cavalos na praia quando atropelou a administradora de TI Thalita Danielle Hoshino, que pedalava com uma amiga, no dia 23 de março.

No dia do acidente, condutor disse à polícia que Thalita cruzou na sua frente. Segundo a versão apresentada por ele e pelo advogado, Thalita provocou a colisão frontal ao cruzar à frente da charrete.

Amiga de Thalita diz que as duas pedalavam na faixa de areia quando foram surpreendidas por duas charretes correndo, com dois veículos seguindo atrás. “As charretes estavam apostando corrida, um racha mesmo, lado a lado. Virei para um lado e a Thalita, para o outro, para desviarmos. Daí ela foi atingida”, contou ao UOL Gabriela, que é fisioterapeuta.

Ela diz que a charrete continuou em alta velocidade e o veículo atrás só parou após seus gritos por socorro. “Eles não queriam que eu a tirasse do chão porque iam chamar o Samu. Gritei dizendo que era da área da saúde e que ela corria risco de vida. Precisávamos levá-la imediatamente para um hospital”, lembra.

Em seu primeiro depoimento à polícia, o charreteiro afirmou que se afastou apenas para prender o cavalo, mas que a esposa prestou socorro. Thalita passou dois dias internada, mas sofreu um traumatismo cranioencefálico e não resistiu. Ela morava na cidade de São Bernardo e visitava Itanhaém com a amiga e o marido.

Caso é investigado como homicídio. “Os agentes cumpriram o mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. As investigações prosseguem para o esclarecimento dos fatos”, informou a SSP (Secretaria de Segurança Pública).

“Espero que a Justiça seja feita, e que essa máfia de corrida de cavalos acabe de uma vez por todas. As prefeituras precisam fiscalizar pra que isso não ocorra mais e que outras famílias não percam seus entes queridos”, disse Gabriela Neves.

Acidente aconteceu na divisa entre Itanhaém e Peruíbe e causou uma troca de acusações. A gestão de Itanhaém diz que nunca recebeu denúncias sobre rachas de charrete em sua faixa de areia e que o atropelamento ocorreu fora de seu território, mas os dois boletins de ocorrência apontam para endereços de Itanhaém.

Já Peruíbe reconhece a existência de corridas ilegais de charretes na praia, mas diz que o acidente ocorreu em Itanhaém. Após o acidente de Thalita, a Secretaria de Segurança do município diz que instalou obstáculos físicos, como tubos de concreto na avenida Santa Cruz, para coibir o trânsito de charretes na praia.