SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Praças de pedágio dos lotes rodoviários Rota Sorocabana e Nova Raposo, que abrangem trechos de estradas como a Raposo Tavares (SP-270) e a Castello Branco (SP-280), passarão a operar com redução de tarifa na meia-noite deste domingo (30).
Os novos preços serão diferentes em cada praça de pedágio. No lote Sorocabana, haverá uma redução entre 23,8% e 25,4% nas cabines automáticas e entre 19,8% e 21,4% nas cabines manuais. Já na Nova Raposo, os descontos irão variar de 24,3% a 35,5% nas cabines automáticas e de 20,3% a 32,2% nas cabines manuais.
No trecho da rodovia Castello Branco em Itu, onde passa o lote Sorocabana, a tarifa vai cair de R$ 15,80 para R$ 11,97 nas cabines automáticas e para R$ 12,60 nas cabines manuais, por exemplo. Em Sorocaba, em uma praça de pedágio da rodovia Jose Ermírio de Moraes (SP-075), os valores caem de R$ 9,00 para R$ 6,74 nas automáticas (desconto de 25,1%) e para R$ 7,10 nas manuais (redução de 21,1%).
Já em Osasco, na Nova Raposo, a tarifa no km 18,92 da Castello Branco passa de R$ 5,90 para R$ 3,80 nas cabines automáticas e para R$ 4 nas cabines manuais -mesma redução observada em Barueri, no km 20,54 da mesma rodovia.
Diversas outras praças de pedágio dos dois lotes, cuja aplicação de preços é variada, terão redução no valor da tarifa.
Aprovada em reunião de diretoria da Artesp (Agencia Reguladora de Transporte do Estado de Sao Paulo), a medida foi publicada no Diário Oficial neste mês.
A Artesp afirma que o fim da tarifa quilométrica resultou em uma redução significativa do preço do pedágio. O cálculo era utilizado pela CCR ViaOeste, concessionária que era responsável até então pelas rodovias, e correspondia a um valor fixo por quilômetro multiplicado pelo trecho de cobertura da praça. Estudos de viabilidade técnica dos projetos, feitos na elaboração dos projetos de concessão, já previam a queda nos preços.
A CCR ViaOeste deixou de operar as rodovias nesta sexta-feira (28), após 27 anos de administração do ativo. A carteira da concessionária foi redistribuída, em leilões realizados em 2024, em dois novos trechos.
A primeira parte das rodovias que faziam parte da carteira de ativos da CCR ViaOeste foi leiloada em outubro. Batizado de Rota Sorocabana, o lote foi arrematado pela própria CCR por R$ 1,601 bilhão. A companhia cobriu as propostas das outras três concorrentes: EcoRodovias, Pátria Investimentos e EPR.
A outorga mínima fixada pelo governo estadual era de aproximadamente R$ 597,5 mil. A EcoRodovias propôs R$ 1,6 bilhão pelo lote, a segunda maior oferta no certame, que registrou alta concorrência. A concessão abrange 12 rodovias, incluindo trechos da Raposo Tavares (SP-270) e da Castelo Branco (SP-280). O volume de investimentos é de R$ 8,8 bilhões e a extensão é de 460 km.
No fim de novembro, a EcoRodovias arrematou a segunda parte da carteira da CCR ViaOeste, chamada de Nova Raposo, ao oferecer um lance de R$ 2,19 bilhões. A empresa bateu a proposta de outras concorrentes. A EPR havia oferecido R$ 1,17 bilhão de outorga pelo lote, e a CCR, R$ 1,04 bilhão. O menor lance foi da Via Appia, que propôs R$ 477,48 milhões.
A outorga mínima fixada pelo governo era de R$ 4,6 milhões. No total, o projeto prevê investimentos de R$ 8 bilhões em obras ao longo da concessão. A concessionária ficará responsável por 92 km de rodovias durante 30 anos, prazo definido no contrato.
Segundo a agência, a chegada do free flow , que deve começar a ser implantado nessas estradas a partir de 2026, distribuirá a cobrança de forma mais proporcional, “garantindo uma melhor relacao entre distancia percorrida e valor pago”. Enquanto a tecnologia não é implementada, as praças de pedágio já vão operar com valores reduzidos, de acordo com a Artesp.
No modelo chamado de free flow, a cobrança é feita pelos pórticos, que substituem as praças de pedágio e são equipados com tecnologia para identificar os veículos.
A agência diz que a diminuição no valor da tarifa se deve também à depreciação dos ativos, que tiveram perda de valor devido ao uso e desgaste ao longo do tempo.
“Além disso, há a inclusão de descontos contratuais, como 5% para usuários das cabines automáticas e ate 20% para aqueles que aderirem ao Desconto para Usuário Frequente (DUF)”, escreve a Artesp em nota.