BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal fará uma exibição de “Ainda Estou Aqui”, premiado com o Oscar de melhor filme internacional em 2025, durante evento de celebração ao aniversário da corporação.
A sessão será aberta a servidores e colaboradores da PF, que completa 81 anos nesta sexta-feira (28). O filme, porém, será exibido na segunda (31), mesma data em que o golpe militar de 1964 faz 61 anos.
Em nota, a PF disse que a exibição exalta uma conquista histórica do cinema brasileiro, “dialoga com o papel institucional da PF na defesa do Estado democrático de Direito e conecta-se com o momento atual”.
“Além disso, busca promover um espaço de debate e conscientização voltado principalmente aos servidores da instituição, reforçando o compromisso da Polícia Federal com a memória, a transparência e o fortalecimento dos valores democráticos”, afirmou ainda a corporação.
O filme será apresentado aos servidores no Cine Brasília, uma sala tradicional da capital federal. “A exibição do filme é uma cortesia da VideoFilmes, Sony e Cine Brasília, sem custos para a instituição”, disse a PF.
O drama baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e dirigido por Walter Salles conquistou o primeiro Oscar da história do cinema nacional, no início do mês.
O filme conta a história de Eunice Paiva, mulher do deputado cassado Rubens Paiva, assassinado por agentes da ditadura em 1971.
O presidente Lula (PT) tem feito referências ao filme em discursos. Em ato realizado para lembrar os dois anos dos ataques de 8 de janeiro, o petista disse: “Ainda estamos aqui, ao contrário do que planejavam os golpistas”.
Em fevereiro, o presidente viu o filme em uma sessão no cinema do Palácio do Planalto acompanhado de nomes do governo, além dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Depois da exibição, Lula disse nas redes sociais que foi um “momento de lembrar a importância da nossa democracia e a defesa constante da nossa Constituição”.
Fernanda Torres, que interpretou Eunice, e o diretor Walter Salles, ainda devem receber a Ordem do Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura em cerimônia em maio.
Em 2024, o presidente vetou as cerimônias planejadas pelo governo para marcar a efeméride dos 60 anos do golpe militar para não se indispor com as Forças Armadas. O Ministério de Direitos Humanos avaliava pedidos públicos de desculpas a vítimas do regime, entre outras ações.