TÓQUIO, JAPÃO (FOLHAPRESS) – O presidente Lula afirmou nesta quarta-feira (26), diante do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, em Tóquio, que espera “lançar negociações de um acordo com o Japão durante a presidência brasileira do Mercosul no próximo semestre”.
“Precisamos avançar com a assinatura de um acordo de parceria econômica entre Japão e Mercosul”, argumentou ele noutro momento, em oposição às “práticas protecionistas” e como forma de recuperar o próprio comércio nipo-brasileiro.
“Em um mundo cada vez mais complexo, é fundamental que parceiros históricos se unam para enfrentar as incertezas e instabilidades da economia global”, disse o presidente brasileiro.
Ishiba, em discurso à tarde, havia prometido apenas “ouvir as diversas vozes, dentro e fora” do Japão, sobre o eventual acordo.
O acordo comercial do Japão com o bloco sul-americano, que reúne também Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia, foi deixado de lado nas conversas da visita de Estado do presidente brasileiro, diante da indefinição japonesa sobre a questão.
Lula aproveitou seus três discursos desta quarta, ao lado de Ishiba, para lançar críticas ao cenário internacional.
“Nós não queremos uma segunda Guerra Fria”, falou a um fórum de empresários, no início da tarde. Posteriormente, especificou tratar-se de uma nova Guerra Fria dos Estados Unidos com a China –que confundiu inicialmente com o Japão, corrigindo depois.
Listou três “preocupações que devem nortear todos os presidentes, todos os primeiros-ministros”, hoje. Em primeiro lugar, o risco para a democracia “com a eleição de uma extrema direita negacionista”. Segundo, a defesa do livre comércio, ameaçado pelo protecionismo. Terceiro, a defesa do multilateralismo, dizendo ser “muito importante a relação entre os países e os povos”.