SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Alvo de críticas devido à ausência de compromissos oficiais em parte da viagem ao Japão, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, afirmou à rede BBC que nunca “nunca houve falta de transparência” e que ela economizou dinheiro público com passagem aérea e com hospedagem.

Janja chegou ao país asiático no dia 18, quase uma semana antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não cumpriu agenda oficial até o sábado (22), quando ela participou de um encontro com mulheres brasileiras que moram no território japonês.

A viagem da primeira-dama foi tratada com discrição. Janja não deu publicidade ao roteiro, como costuma fazer quando cumpre algum compromisso oficial e público.

Como noticiou a coluna da Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a assessoria de Janja diz que ela não foi ao Japão antes de Lula para passear, mas sim para cumprir uma agenda antecipada, que acabou não se realizando.

O encontro com as brasileiras estava previsto para ocorrer no meio da semana. Mas, como algumas moram fora de Tóquio, a reunião acabou ficando para o sábado para que todas pudessem estar presentes

“Obviamente, eu vim com a equipe precursora, inclusive, para economizar passagem aérea. Vim um pouco antes, fiquei hospedada na residência do embaixador”, afirmou Janja em reportagem publicada pela BBC nesta terça-feira (25). “Nunca houve falta de transparência.”

Janja e Lula têm agendas diferentes. Além de se reunir com as mulheres brasileiras para discutir violência doméstica e de gênero, ela viajou à cidade de Osaka para acompanhar a finalização da montagem do pavilhão brasileiro na Expo Osaka 2025, que será realizado de 13 de abril a 13 de outubro de 2025. O convite para o evento foi feito à primeira-dama pelo presidente da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Jorge Viana.

Lula só desembarcou em solo japonês na manhã de segunda (24), ainda noite de domingo (23) no Brasil. À noite, no horário de Brasília, o presidente e a primeira-dama foram recebidos pelo imperador do Japão, Naruhito, e pela imperatriz, Masako.

Trata-se da primeira visita de Estado ao Japão desde 2019, antes da pandemia de coronavírus, quando o americano Donald Trump esteve no palácio no final de seu primeiro mandato como presidente dos EUA.

A viagem tem o objetivo de facilitar a concretização de negócios. Segundo disse à Folha de S.Paulo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o Japão decidiu enviar especialistas para avaliar a situação do gado bovino brasileiro, o primeiro passo para a eventual abertura do mercado à carne do Brasil.

Em paralelo, a Advocacia-Geral da União (AGU) está fazendo um estudo aprofundado sobre o papel do cônjuge do presidente da República no Brasil. A ideia é dar segurança jurídica para que parceiros de presidentes brasileiros possam atuar como “representante simbólico do chefe de Estado” em assuntos nacionais e internacionais. A conclusão deve resultar em um parecer.