SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Funcionários da companhia de trens metropolitanos de São Paulo protestaram na manhã desta terça (25), na frente da Bolsa de Valores B3, no centro da capital, e confirmaram a intenção de entrar em greve a partir da 0h desta quarta (26).

A passeta contra o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e a privatização das linhas 11-coral, 12-safira e 13-jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) foi até a praça da Sé.

Uma assembleia marcada para as 20h desta terça ainda vai confirmar a paralisação. Porém, Lucas Dametto Rocha, maquinista que liderava a manifestação, e outros participantes da passeata davam certeza de que a greve irá acontecer e apontam falta de diálogo com o governo. A incerteza entre os manifestantes é se a greve irá se arrastar por muitos dias.

Nas palavras de um ferroviário que preferiu anonimato, é melhor ficar em casa amanhã se for pegar trem. A reportagem tenta, desde sexta, contato com o governo, sem sucesso.

Dametto chegou a falar que os metroviários também fariam uma assembleia nesta noite para definir o apoio à greve. “A intenção é unificar todos os trabalhadores em luta”, diz. Tarcísio deixou claro que a próxima presa será o metrô.”

A reportagem entrou em contato com o Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo, que inicialmente confirmou a informação. Porém, em seguida, a entidade descartou que o assunto será discutido. “Vamos fazer ações de apoio aos ferroviários, como trabalhar com a camiseta de luta contra a privatização. Mas não faremos greve”, afirma a presidente Camila Lisboa.

Se de fato ocorrer, a greve na CPTM poderá atingir cerca de 550 mil passageiros. O número representa, aproximadamente, a média diária dos quase 17 milhões embarques nas três linhas em todo o mês de janeiro, dado mais recente disponível nas estatísticas da companhia.

O Governo de São Paulo leiloa nesta semana as três linhas de trens, cujos investimentos previstos serão de R$ 14,3 bilhões em 25 anos de concessão.

“O plano é bem claro: privatizar e gerar demissões em massa. Tarcísio quer nos botar no olho da rua”, diz Dametto.