SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os metroviários de São Paulo farão uma assembleia às 20h desta terça (25) para decidir se eles se juntarão à greve dos ferroviários, marcada para amanhã.

Se aprovada, por lei, eles devem avisar a empresa Metrô e aguardar 72 horas para começar a greve. No caso dos ferroviários, o início da paralisação está previsto para a 0h de quarta (26). Uma assembleia da categoria também está prevista para a noite desta terça.

A convocação foi feita na passeata dos ferroviários desta manhã, contra o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e a privatização das linhas 11-coral, 12-safira e 13-jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), na frente da Bolsa de Valores B3, no centro da capital.

“A intenção é unificar todos os trabalhadores em luta”, diz Lucas Dametto Rocha, maquinista que liderava a manifestação. “Tarcisio deixou claro que a próxima presa será o metrô.” Procurado por telefone, o sindicato dos metroviários confirmou a assembleia.

Dametto e outros membros da passeata dão certeza de que a greve irá acontecer. Não há diálogo com o governo, afirmou.

Se de fato ocorrer, a greve poderá atingir cerca de 550 mil passageiros. O número representa, aproximadamente, a média diária dos quase 17 milhões embarques nas três linhas em todo o mês de janeiro, dado mais recente disponível nas estatísticas da companhia.

Nas palavras de um ferroviário que preferiu anonimato, é melhor ficar em casa amanhã se for pegar trem.

A incerteza entre os manifestantes é se a greve irá se arrastar por muitos dias.

O Governo de São Paulo leiloa nesta semana as três linhas de trens, cujos investimentos previstos serão de R$ 14,3 bilhões em 25 anos de concessão.

“O plano é bem claro: privatizar e gerar demissões em massa. Tarcísio quer nos botar no olho da rua”, diz Dametto.

A reportagem tenta, desde sexta, contato com o governo, sem sucesso.