CAMPINAS, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Comitê Olímpico do Brasil planeja que, até final de abril, confederações impedidas de receber recursos públicos possam ter as respectivas situações regularizadas. Segundo o presidente Marco La Porta, o COB vai conceder empréstimos às entidades para que possam quitar as dívidas com a União, Estados, Municípios, tributárias ou de glosa em convênios.
Esses débitos impedem que tais confederações recebam aportes oriundos da Lei Angelo/Piva, das Loterias, e sem investimento privado, os valores viram uma “bola de neve”. Dentre as citadas, estão as de Basquete (CBB), de Handebol (CBH) e de Esportes Aquáticos (CBDA). Além delas, La Porta pontua que há outras confederações pan-americanas, como o do Caratê e do Beisebol, com problemas similares.
“As três que estão impedidas, estamos resolvendo. Até o final de abril, vão estar liberadas. Vamos resolver, cada um vendo cada dívida que eles têm, e o próprio COB vai ajudar em forma de empréstimo para que possam seguir. Não será dinheiro na mão. [Os valores] Vão estar em torno de R$ 10 milhões a R$ 12 milhões, porque vai ter mais umas cinco que estão com problemas também. Temos de ajudar”, diz La Porta.
A ideia do COB é que, com as situações regularizadas, as confederações possam conseguir patrocínios e investimentos para caminhar e, inclusive, pagar o empréstimo ao próprio comitê.
“São dívidas de gestões anteriores, não são atuais. Se tiver dívida atual, a diretoria vai ter de resolver sozinha. Estamos pegando as confederações que herdaram passivo. A culpa não é da administração atual, nem do atleta, que acaba sendo o maior prejudicado”, apontou La Porta.
“O gestor atual herdou a dívida e não tem como pagar. Como faz? Não vão conseguir quitar. A do handebol era R$ 1 milhão e pouco e já está em R$ 5 milhões. Se tivesse pago lá atrás, estava resolvido, mas não tinha dinheiro. É um empréstimo, e eles vão pagar ao COB com recursos privados. Livre da dívida, poderão se restabelecer. Não estamos dando dinheiro e não vamos abrir precedente.”
La Porta participou da CBC & Clubes Expo, que aconteceu em Campinas, São Paulo, entre 11 e 15 de março. Ele estava na plenária “A Lei Geral do Esporte e a conquista da autonomia das entidades esportivas pela Lei n. 15.041 de 09/12/2024”, ao lado do deputado Júlio César Ribeiro, Arialdo Boscolo e Lars Grael.
O COB, inclusive, vai começar a receber repasses previstos na MP das Apostas Esportivas, cerca de 1,7% do que é destino ao Esporte. A entidade analisa de forma cautelosa como essa verba será utilizada há uma estimativa de mínimo de R$ 40 milhões por ano e máximo de R$ 80 milhões por ano.
“Estamos entendendo a questão das bets. Está começando a entrar o recurso, mas aguardamos a regulamentação, para termos a segurança para usar. Ainda estamos vendo como vai funcionar, se vai ser a mesma regulamentação das loterias ou de outra maneira. Acho que mais importante que o valor, é saber usar de maneira assertiva”, disse o mandatário.
“Na Rio-2016 tivemos muitos recursos de empresas, aumentou muito o investimento no esporte. Depois, secou um pouco, as grandes empresas saíram. Tivemos um fôlego, e depois baixou. Aumentamos a participação privada, houve o anúncio do contrato com a Caixa, que foi excelente. Agora, com as bets, começamos a ter aporte maior. Há um entendimento da presidência de que neste momento é possível investir recursos na base, no desenvolvimento, onde está a maior carência nesta terça-feira (25). É o momento de sermos inteligentes”, completou.