O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), apresentou nesta segunda-feira (24), na Câmara Municipal, a prestação de contas referente ao terceiro quadrimestre de 2024. A exposição trouxe como principal destaque a confirmação de um rombo de R$ 3,6 bilhões nas finanças do município, valor identificado pelo relatório da Comissão de Transição elaborado nos primeiros dias da atual gestão.
Segundo Mabel, o montante se refere a dívidas herdadas da administração anterior, muitas delas sem empenho orçamentário. “Não é para onde o dinheiro saiu. O dinheiro não saiu. A despesa ficou sem pagar”, explicou o prefeito durante sua fala aos vereadores. Ele acrescentou que o relatório detalha “conta por conta” os débitos acumulados.
Durante coletiva à imprensa, o prefeito afirmou que o reequilíbrio financeiro da Prefeitura poderá levar até dez anos, considerando medidas como renegociação com credores e até judicialização de pendências.
A prestação de contas gerou questionamentos por parte de alguns parlamentares, que compararam os dados apresentados pelo Paço com os números registrados no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO). Diante das dúvidas, o vereador Coronel Urzeda (PL) sugeriu a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar a origem das dívidas. A articulação já conta com o apoio de outros vereadores, que estão colhendo assinaturas para formalizar a proposta.
A audiência integra o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, que exige a apresentação periódica das contas públicas ao Poder Legislativo.