RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – ereja no bolo das festividades que marcarão o aniversário de 60 anos da Globo, o remake de “Vale Tudo” estreia no dia 31 de março, dando início à temporada de comemorações da emissora. O trailer de apresentação da trama foi lançado há quase um mês e, desde então, chamadas vêm sendo exibidas em horário nobre sem que, em nenhum momento, os autores da história original sejam citados.

Gilberto Braga (1945-2021), Leonor Bassères (1926-2004) e Aguinaldo Silva assinam a novela de 1988, um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira de todos os tempos, e têm seus nomes ignorados em todos os filmetes exibidos até agora. O motivo alegado pela Globo para esse apagamento seria a brevidade das propagandas. Trocando em miúdos: faltaria tempo para citá-los.

“Chamadas são conteúdos promocionais de exibição muito breve, tanto que, na maioria delas, não aparece crédito algum”, afirma a emissora em comunicado enviado ao F5. “Os autores da versão original estarão creditados na abertura e têm sido reverenciados em diversos momentos ao longo deste lançamento”, continua a nota.

De fato, Manuela Dias, autora da nova versão, citou nominalmente os três na festa de lançamento da novela, na quinta-feira (20), e pediu aplausos à plateia. Ela é a única mencionada no trailer, que tem quase três minutos de duração.

Não é praxe na Globo deixar de creditar os autores de histórias originais em casos de remakes. Pelo contrário. Tome-se como exemplo “Renascer”. A novela era descrita como “a obra-prima de Benedito Ruy Barbosa”. Desta vez, a voz grave em off do canal anuncia “Vale Tudo” assim: “Uma nova versão de um dos maiores sucessos das teledramaturgia brasileira, escrita por Manuela Dias”.

Procurado pela Folha de S.Paulo para comentar, Aguinaldo Silva não respondeu às mensagens enviadas até a publicação desta reportagem.