O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), discreto desde que deixou a vida pública, encontrou em Goiás o ambiente para se sentir a vontade em desferir suas controversas opiniões sobre as pautas polêmicas que o manteve midiaticamente exposto nos quatro anos que ficou à frente da presidência da República. 

Em Anápolis, para receber uma homenagem nesta sexta-feira (21), não foi diferente. Uma semana antes, em Goiânia, Bolsonaro já havia atacado o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso e colocado novamente dúvidas sobre o sistema eleitoral.

Nas terras anapolinas, Bolsonaro chegou até a vangloriar-se por suas políticas armamentistas e ressaltou. “Todas as ditaduras foram precedidas de campanhas de desarmamento”, pontuou. Tratava-se de uma crítica ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que um dia antes assinava um decreto que dificultava o acesso a armas, flexibilizado na gestão bolsonarista.

“Armei o máximo possível o meu povo e a prova de que estava no caminho certo é que o número de mortes por arma de fogo caiu ano a ano no meu governo”, reforçou direcionando um discurso virulento contra o Tribunal Superior Eleitoral.

“O sistema não quer uma pessoa honesta na Presidência da República […] Se eu nada representasse para a nossa pátria depois daqueles números do TSE, não me estariam perseguindo até hoje, não teriam, de forma bastante nebulosa, me tornado inelegível. Qual crime? Corrupção não foi, abuso de poder econômico não foi”, disparou Bolsonaro, ovacionado pelo público presente. (Walison Veríssimo)