MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – Pelo menos 15 arraias-beiço-de-boi (Rhinoptera brasilienses), também conhecidas como arraias-ticonha, foram encontradas mortas em uma praia próxima ao povoado de São Bento, em Maragogi (AL), na manhã desta sexta-feira (21).

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Maragogi, ainda não é possível determinar a causa das mortes, porém, até o momento, não há indícios de crime ambiental.

“Fenômenos semelhantes já foram registrados na região, inclusive no mesmo período do ano passado, quando cerca de dez arraias apareceram na mesma área. Fatores ambientais, como correntes marinhas, temperatura da água e aumento da presença de sargaço, podem influenciar esse tipo de ocorrência”, disse a secretária Hévine Cláudio.

À Folha o professor da Ufal (Universidade Federal de Alagoas) Cláudio Sampaio explicou que essa espécie é relativamente comum nas águas rasas e mornas do litoral nordestino, especialmente em Alagoas, onde podem formar cardumes com dezenas ou centenas de indivíduos, especialmente em praias arenosas.

De acordo com ele, imagens do caso mostram pelo menos 50 animais mortos, número superior ao computado pela prefeitura.

“Os moluscos, como o massunim, são seu principal item alimentar aqui na costa alagoana. Quase todas encontradas eram adultas e estavam mortas na praia, mas sem sinal de capturas em redes, que geralmente deixam marcas no corpo das arraias ou corte de facas. Sem um exame das arraias, é muito difícil sugerir os motivos dessas mortes”, analisou.

Conforme relatos de moradores à Prefeitura de Maragogi, as arraias chegaram à costa trazidas pela maré, junto ao sargaço.

O IMA-AL (Instituto de Meio Ambiente de Alagoas) analisa o caso.