O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), manifestou-se contrariamente à proposta de federação partidária entre o União Brasil (UB) e o Progressistas (PP), atualmente em discussão no cenário político nacional. Em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira, 20 de março, Caiado classificou a possível aliança como um “tiro no pé”, alertando para o risco de conflitos internos que poderiam enfraquecer ambas as legendas.
Caiado destacou que o União Brasil ainda enfrenta desafios decorrentes da fusão entre Democratas e PSL, que originou o partido. “Nós ainda estamos administrando as sequelas da fusão dos Democratas com o PSL. Não resolvemos ainda o problema de Pernambuco, não resolvemos ainda o problema do Amazonas. Ainda há vários atritos na base”, afirmou o governador.
O governador expressou preocupação de que uma nova fusão poderia intensificar descontentamentos internos, especialmente em estados-chave, levando à saída de parlamentares durante a janela partidária. “No momento que se faz uma fusão, ou uma federação como essa, e se desagrada nove estados, que são os maiores estados da federação, o que é que você vai fazer com esses deputados? No momento da janela eles vão sair do partido”, ponderou Caiado.
A proposta de federação entre UB e PP, se concretizada, resultaria em um bloco com 109 deputados federais e 13 senadores, tornando-se uma das forças mais influentes no Congresso Nacional. Entretanto, lideranças do União Brasil, como o ex-deputado federal Delegado Waldir, atual presidente do Detran-GO e vice-presidente do UB em Goiás, adotam uma postura cautelosa, enfatizando a necessidade de avaliar os impactos políticos e eleitorais dessa união.