SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Imagine seu propósito de vida mudar completamente de uma hora para outra. E mais de uma vez. Foi o que aconteceu com o ator Pedro Caetano, 42, que atualmente pode ser visto como Matias em “Volta por Cima”, onde vive um triângulo amoroso com Madá (Jéssica Ellen) e Jão (Fabrício Boliveira).
Aos 18 anos, começou a vida como modelo depois de ser descoberto por um fotógrafo no meio da rua, que foi até sua casa, no subúrbio do Rio, convencer sua família de que ele levava jeito para a coisa. E levava mesmo. “Morei em Nova York, fiz temporadas em Milão, Paris, Londres e no Brasil”, conta.
Ele ficou “modelando” até os 25 anos, quando decidiu focar nos estudos. Apaixonado pelas ciências exatas, cursou engenharia mecânica, mas também desistiu no meio do caminho. Então, foi fazer matemática. Também trancou a matrícula.
Pedro ainda não tinha muito claro o que queria fazer da vida, foi seguindo sua intuição, apostando no que gostava de fazer. E a segunda graduação foi encerrada quando ele conheceu o projeto Nós do Morro, grupo teatral do Vidigal, na zona sul do Rio, por onde passaram estrelas como Babu Santana, Thiago Martins e Roberta Rodrigues. Caetano entrou em 2003 e, touché!, descobriu a verdadeira vocação.
“O inusitado era que eu tinha o sonho mesmo de ser piloto de caça da Aeronáutica”, conta ele, ao adicionar mais uma possibilidade em seu variado cardápio de possíveis escolhas profissionais. “Minha família por parte de pai é toda militar, meu avô era alta patente do exército. Na época, as questões de honra, valores, estabilidade e segurança norteavam a minha criação”, relembra.
O ator chegou a prestar provas para uma das escolas de cadetes da Aeronáutica, mas não passou por meio ponto. Segundo ele, era “o universo falando” para seguir em frente na dramaturgia.
O teatro, inclusive, foi libertador para ele poder “mudar a chavinha” de uma criação mais rígida para um olhar mais aberto e humano. Repensou até mesmo uma masculinidade conservadora.
“Eu estava numa zona de conforto, e o teatro abriu portas e meu olhar para o mundo. Me ajudou como homem, parceiro, pai, amigo. Estudei no Colégio Pedro II e todo mundo usava uniforme com camisa por dentro da calça, sapato engraxado, cinto de couro. Era o normal daquele jeito, e o teatro quebrou isso.”
O carioca Pedro Caetano conta que tem uma namorada e uma filha de 10 anos, Alice. Ela mora com a mãe em São Paulo. Também considera como filha a Júlia, 12, filha da namorada dele. Ele se define como bastante caseiro (“sou canceriano com ascendente em câncer”), e nas horas vagas, gosta de andar de skate e correr.
“O esporte faz parte da minha vida desde que me entendo por gente. Comecei aos 12 anos fazendo jiu-jítsu e depois fui virar skatista. Fui competidor amador. Sou mestre de capoeira há 25 anos e tenho um grupo de corrida com outras celebridades, como o ator David Junior”, comenta.
Para 2025, Caetano tem outros projetos. Além da novela, pode ser assistido nos cinemas no filme “Câncer com Ascendente em Virgem”, que estreará na próxima quinta (27). Também estará na segunda temporada de “DNA do Crime” (Netflix) e na nova de terror “Reencarne” (Globoplay), com Taís Araújo no elenco.
E há ainda a expectativa pelo sonho pessoal de dirigir. O ator conta que o Nós do Morro o direcionou para ser um artista completo. “Enxergo o mundo de várias perspectivas, seja produzindo, cantando, dublando. Tem um documentário que gravei pelo celular sobre capoeira e que não foi lançado, mas vou colocar em festivais.”