SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O incêndio no aeroporto de Heathrow, em Londres, na Inglaterra, na madrugada desta sexta-feira (21), afetou pelo menos 1.351 voos com destino ou partida do local, segundo o site Flightradar.

Um voo da Latam que saiu às 23h40 da quinta-feira (20) de Guarulhos (SP) com destino a Londres precisou mudar o pouso para Madri, na Espanha. A empresa informou que está oferecendo a assistência necessária aos clientes afetados, que serão acomodados em outro voo com destino a Londres, previsto para decolar no sábado.

A companhia também precisou cancelar o voo LA8085, de Londres para Guarulhos (SP), desta sexta-feira. A empresa afirma estar oferecendo assistência a todos os passageiros, que serão acomodados em outro voo da Latam na mesma rota, programado para domingo (23).

Um voo da British Airways que partiu de Guarulhos na quinta, às 16h37, também precisou mudar para Madri, segundo o site Flightradar. Inicialmente, estava prevista a chegada em Londres às 6h45. A empresa foi procurada pela reportagem para mais detalhes, mas não respondeu até a publicação desta reportagem.

Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), os passageiros que tenham passagens partindo do Brasil devem entrar em contato com as empresas aéreas responsáveis.

“Os casos de atrasos, cancelamentos e interrupção do serviço devem ser comunicados imediatamente pelas empresas, que devem manter o passageiro informado a cada 30 minutos quanto à previsão de partida dos voos atrasados”, afirma a agência em nota.

A empresa também deve oferecer assistência material gratuita aos passageiros.

Em atrasos superiores a quatro horas, cancelamentos e interrupção do serviço, a companhia deve oferecer ao passageiro reacomodação em outro voo, reembolso integral e execução do serviço por outra modalidade de transporte, se possível.

A reacomodação é gratuita e deve ocorrer em voo próprio ou de outra empresa aérea. Caso a opção não seja conveniente ao passageiro, ele pode optar por um outro voo, em data e horário de sua conveniência, porém somente da própria empresa aérea e dentro do prazo de validade da passagem.

Segundo a Anac, as regras em questão valem para os voos com origem no Brasil.

Na União Europeia e no Reino Unido, clientes podem receber até 600 euros (R$ 3.600) por atrasos ou cancelamentos de voos, além de hospedagem e alimentação, se a companhia aérea for responsável. Neste caso específico, porém, as empresas não são culpadas.

As companhias devem oferecer encaminhamento ou reembolso de voos e suporte para acomodação devido a fechamentos, mas negociações sobre quem arcará com os custos podem se prolongar.

Para Ulisses Simões, advogado especialista em direito do consumidor no LO Baptista Advogados, a lei brasileira prevê o dever da companhia aérea de promover assistência integral ao passageiro. “Na medida em que isso não seja prestado, a empresa aérea está sujeita a responsabilizações.”

Em voos com saída de outros países, devem ser consultadas as legislações locais, afirma.

ENTENDA O QUE ACONTECEU NO AEROPORTO DE HEATHROW

O aeroporto de Heathrow, no Reino Unido, foi fechado temporariamente nesta sexta-feira (21) após um incêndio atingir uma subestação elétrica nas proximidades. O incidente causou um apagão, afetando pelo menos 1.351 voos com origem e destino nesse que é o principal terminal aéreo da Europa e o quinto mais movimentado do mundo.

De acordo com o operador, o Heathrow Airport Holdings, o local ficará fechado durante todo o dia, o que está causando um caos aéreo —o terminal se conecta com 80 países e opera cerca de 1.300 decolagens e aterrissagens por dia, o que o faz ter um fluxo diário de 230 mil passageiros.

“Os passageiros são aconselhados a não viajar para o aeroporto e devem entrar em contato com sua companhia aérea para mais informações”, disse a operadora do terminal, que ficará fechado até a meia-noite. “Pedimos desculpas pelo inconveniente.”