RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Um copiloto de helicóptero da Polícia Civil do Rio de Janeiro foi baleado na cabeça em pleno voo durante operação na Vila Aliança, zona oeste da capital fluminense, nesta quinta-feira (20).

Felipe Marques Monteiro, 45, foi levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na zona sul. A direção da unidade informou que o estado de saúde do paciente é gravíssimo.

Segundo a Polícia Civil, Monteiro foi atingido durante operação para prender uma quadrilha especializada em roubos de vans. Ele estava no interior de uma aeronave da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), que dava apoio à ação.

O pouso do helicóptero foi feito no campo de futebol do Bangu. Na região, houve ainda registro de tiroteio e barricadas em chamas.

De acordo com a investigação, a quadrilha, que atua principalmente na zona oeste, desmancha os veículos para revender as peças. Seis pessoas foram presas.

O ataque ocorre poucos dias após um helicóptero da Polícia Civil ser atingido por disparos durante outra operação.

A corporação, em nota, relacionou o caso à ADPF das Favelas, que lista uma série de medidas para a realização das operações, inclusive sobre o uso de aeronaves.

“O que antes era um equipamento que causava temor aos criminosos, com efeito inibitório e dissuasório, hoje é alvo desses bandidos por meio de armamentos de guerra. Desde o início da ADPF, houve um aumento de mais de 300% de ataques às aeronaves policiais, o que demonstra que tal decisão passou a ser fator estimulante e encorajador de ataques aos helicópteros”, disse a corporação.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, as aeronaves, que antes eram utilizadas como plataformas de tiro e apoio para proteção das equipes policiais e da população, “foram praticamente proibidas de serem utilizadas”.

No próximo dia 26, o STF (Supremo Tribunal Federal) deve retomar o julgamento da ação, que corre há quase cinco anos.

Em fevereiro, um helicóptero do Grupamento Aeromóvel, da Polícia Militar, foi atingido por disparos e teve que fazer um pouso forçado no Comando Naval da Marinha, na Penha, também na zona norte. Os policiais que estavam na aeronave não ficaram feridos.

A ação desta quinta foi realizada pelas delegacias de Repressão a Entorpecentes e de Roubos e Furtos de Automóveis, com o apoio de outras unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada e da Coordenadoria de Recursos Especiais.

De acordo com as investigações, os criminosos operam de forma altamente organizada, contando com batedores, roubadores, receptadores e desmanche. O esquema teria causado prejuízo de mais de R$ 5 milhões ao setor de transporte turístico no estado somente em 2024.

O chefe do grupo criminoso foi flagrado em diversas conversas coordenando as ações do bando, indicando alvos e negociando veículos roubados. Além dele, outros membros foram identificados, segundo a Polícia Civil.

A operação faz parte da segunda fase da Operação Torniquete, que tem como objetivo reprimir roubo, furto e receptação de cargas e de veículos.