A eleição para a liderança da bancada goiana no Congresso Nacional se transformou em uma disputa acirrada que evidenciou divisões entre os parlamentares do estado. O processo, que começou com a eleição do deputado José Nelto (União Brasil) no dia 11 de março, acabou sendo anulado após questionamentos internos, resultando em uma nova votação no dia 19 de março, na qual Flávia Morais (PDT) foi reconduzida ao cargo.

Na primeira eleição, José Nelto foi declarado vencedor por um voto de diferença, mas a decisão foi rapidamente contestada por aliados de Flávia Morais. O principal questionamento veio dos senadores Wilder Morais (PL) e Jorge Kajuru (PSB), que alegaram que a votação desconsiderou os votos enviados por procuração, beneficiando Nelto.

Além disso, a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) do Congresso não reconheceu a eleição inicial, reforçando as dúvidas sobre sua validade. Diante da pressão, uma nova votação foi convocada.

A segunda eleição ocorreu no dia 19 de março e, desta vez, Flávia Morais foi reconduzida ao cargo sem adversários, obtendo 11 votos. No entanto, a bancada seguiu dividida. Aliados de José Nelto, como o deputado Zacharias Calil, se ausentaram do pleito em protesto.

Dessa vez, a ata da eleição foi convalidada pela CMO, garantindo a validade do processo e estabelecendo um mandato de um ano para Flávia Morais, que prometeu trabalhar para pacificar a bancada e unir os parlamentares em torno das pautas de interesse de Goiás.

Mesmo com a nova eleição consolidada, José Nelto não aceitou o resultado e anunciou que irá judicializar o caso. Ele afirma que a primeira votação tem validade constitucional e acusa Flávia Morais de articular sua destituição.

Além da ação judicial, Nelto ameaçou abrir um inquérito na Polícia Federal para investigar a destinação das emendas parlamentares da bancada sob a liderança de Flávia Morais. “Vou judicializar e entrar com um pedido de investigação na Polícia Federal contra a Flávia Morais por não prestar contas das emendas de bancada federal há seis anos”, declarou.