SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Susep (Superintendência de Seguros Privados) suspendeu temporariamente na sexta-feira (14) a comercialização de produtos pela LTI Seguros e os serviços prestados por sua representante Loovi Seguros, que tem entre seus investidores o coach Pablo Marçal.
A medida segue denúncia da Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros) de que as atividades das seguradoras vêm ocorrendo de forma irregular, após a Loovi se apresentar como uma mesmo sem ter as credenciais do órgão regulador.
O regulador do mercado de seguros apontou em despacho a existência de vício de conduta e de risco de dano ao consumidor nas empresas, que fazem parte do mesmo grupo econômico, e solicitou a readequação da comunicação da Loovi.
Em nota divulgada neste sábado (15), a Loovi disse que já atendeu às exigências da Susep e aguarda a autorização para retomar a comercialização de seus produtos.
“A empresa já cumpriu com todas as exigências regulatórias e seguirá rigorosamente todas as regras para continuar oferecendo aos brasileiros desassegurados um seguro acessível, simples e rápido, garantindo a inclusão e a proteção de quem mais precisa”, disse a empresa.
Entre as correções exigidas pela Susep, estão a exclusão de expressões nos materiais de comunicação que indiquem, direta ou indiretamente, que a Loovi seja uma seguradora, e a inclusão de indicação de que a empresa seja uma prestadora de serviços.
A LTI opera sob o chamado Sandbox Regulatório da Susep, ambiente experimental que permite testar novas soluções para o mercado de seguros sob supervisão regulatória.
Segundo a Susep em sua decisão, as práticas que vêm sendo adotadas pela LTI Seguros e por sua representante, Loovi, confundem os consumidores dos seus produtos e a sociedade civil, levando “à conclusão já socialmente defendida de que a Loovi possa fazer parte do mercado não autorizado de seguros”.
Procurada, a entidade disse que não comenta processos em andamento. A assessoria de Pablo Marçal também não comentou.
“Desde sua chegada [de Pablo Marçal], sabíamos que a presença poderia gerar impacto, especialmente por questões políticas em um país ainda dividido, mas o fato é que o propósito da empresa está acima de qualquer nome”, disse Cunha à Folha em fevereiro.
Segundo afirmou o presidente da Fenacor, Armando Vergilio em nota no site da entidade, a decisão “serve como um alerta para outras seguradoras e representantes do setor” e mostra a importância da transparência e da responsabilidade no relacionamento com os consumidores.